Adestrador de animais fala sobre o comportamento de cães de raça de grande porte
No último final de semana, câmeras de segurança e moradores registraram o momento em que um cachorro fugiu e atacou pessoas em um condomínio fechado
Recentes ataques de pitbulls em condomínios têm gerado debates sobre a responsabilidade legal dos tutores de animais. No último final de semana, câmeras de segurança e moradores registraram o momento em que um cachorro fugiu e atacou pessoas em um condomínio fechado no bairro Villa Olímpia. O incidente deixou o porteiro e dois jovens feridos.
Em entrevista ao programa De Olho na Cidade (Rádio Sociedade News), Marcelo Azevedo, adestrador e proprietário do Canil Azevedo, compartilhou suas percepções sobre o comportamento de cães de guarda, especialmente pitbulls, e a importância do adestramento adequado.
Marcelo enfatiza que qualquer cachorro pode exibir comportamento agressivo, independentemente da raça.
“Um rottweiler, um pastor alemão, um cão da raça sem definição, isso não quer dizer que o pitbull é um cão perigoso, é um cão que oferece risco”, ele explica.
O especialista destaca que, em situações de ataque, a resposta instintiva do animal pode ser desencadeada pela reação da pessoa.
“Quanto mais a pessoa tenta correr, o animal vai atacar. O correto é manter-se equilibrado, esperar o momento exato para se ver livre da situação”, aconselha.
Marcelo ressalta que o adestramento deve começar cedo, a partir dos 60 dias de vida do cão.
“O animal já começa a apresentar comportamentos bons e ruins. Se ele tem tendência a morder, você vai tirar esse comportamento, trabalhando a obediência e socialização”, explica. Ele também alerta contra práticas como brincar de cabo de guerra, que podem estimular a agressividade no futuro.
Sobre os erros mais comuns cometidos por donos de animais de grande porte, Marcelo destaca a falta de conhecimento e preparo.
“O primeiro passo é procurar o adestramento, estudar sobre o animal, conhecer a genética e criar o animal da forma correta”, sugere. Ele defende métodos de adestramento inteligentes, que reforçam comportamentos desejáveis e ignoram os indesejáveis.
Quando questionado sobre a criação de cães de guarda em condomínios. Marcelo foi enfático: “No meu ponto de vista, não. O condomínio não vai se responsabilizar pelo fato de você criar um cão de guarda.” Ele adverte que, em ambientes compartilhados, há riscos adicionais, como portões esquecidos abertos, que podem levar a situações perigosas.
Marcelo conclui a entrevista com uma orientação aos tutores de cães de guarda. “Procurem conhecer mais a raça e evitem comportamentos inadequados, como brigar ou isolar o animal. Adestrar é fundamental para evitar problemas e, para quem vive em condomínio, é melhor evitar criar cães de guarda devido aos riscos potenciais”, finaliza.