Duplicação do Anel de Contorno: Especialista em Direito de Trânsito discute implicações na mobilidade urbana
O advogado especialista em direito de trânsito, Bruno Sobral, criticou a falta de comunicação e transparência no processo
O quadro Falando de Trânsito do programa De Olho na Cidade (rádio Sociedade News) discutiu a duplicação do último trecho do Anel de Contorno de Feira de Santana, entre a BR-324 até o bairro Cidade Nova (BR-116 Norte). O advogado especialista em direito de trânsito, Bruno Sobral, falou sobre as implicações dessa obra para a mobilidade urbana da região.
Bruno Sobral iniciou o debate destacando a importância de uma audiência pública para discutir o projeto: “Infelizmente, muitas pessoas sequer estão sabendo que seu estabelecimento comercial ou residência será impactada por esse projeto. Precisaria convocar as partes interessadas e atingidas.”
Bruno Sobral criticou a falta de comunicação e transparência no processo: “Se eu, que sou especialista na área, só fiquei sabendo por conta de uma publicação, o que dizer daquele cidadão que não atua na área?”
Ele também destacou os prejuízos que comerciantes enfrentaram em uma duplicação anterior: “Diversos estabelecimentos comerciais agora amargam prejuízo por conta dessa intervenção. Precisaria ter sido ouvida a população.”
O advogado apontou falhas na integração do projeto com outros modais de transporte coletivo: “Estamos diante de um projeto que trata do maior entroncamento rodoviário do norte e nordeste, e que lamentavelmente não tem nenhuma perspectiva de integração com outros modais de transporte coletivo.”
Ele mencionou problemas em obras anteriores que servem de exemplo para a atual duplicação, como a intervenção que isolou a população do bairro Viveiros.
“Quem mora no Viveiros hoje sabe que está fadado a viver isolado por conta de uma obra que, em vez de promover a integração, promoveu a segregação.”
O advogado também citou falhas em outras áreas, como próximo ao posto Via Parque: “Intervenção falha grotesca sem ouvir a população. Hoje temos uma passagem por debaixo do viaduto da Cerb que só serve para ser ponto de motoboy.”
Bruno Sobral destacou a necessidade de ouvir a população e especialistas antes de executar projetos dessa magnitude: “São algumas situações que demonstram claramente o quanto intervenções anteriores sem ouvir a população trouxeram prejuízo para a população e para o erário público.”
Questionado sobre a estimativa de conclusão do projeto, Bruno Sobral foi cauteloso: “O que precisa ser observado é que estamos falando apenas da possibilidade de licitação do projeto. Entre haver uma licitação, ordem de serviço e maquinário no local, há uma grande diferença. Não veremos obra nenhuma ainda neste semestre.”