Economia

Presidente do Sindicato dos bancários critica manutenção da taxa Selic em 10,25% a

A decisão do Copom, portanto, continua a gerar debates e preocupações entre economistas e líderes sindicais

29/06/2024 19h06
Presidente do Sindicato dos bancários critica manutenção da taxa Selic em 10,25% a

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão de manter a taxa Selic em 10,25% surpreendeu muitos especialistas do mercado, interrompendo uma sequência esperada de cortes. Para Eritan Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, essa decisão é extremamente prejudicial para a economia brasileira.

“Existia uma perspectiva, um viés de queda da Selic que foi interrompida na última reunião. Manter o índice em 10,25% é algo muito prejudicial para a economia do país,” afirmou. Ele explica que uma Selic mais baixa possibilita um crédito mais acessível, o que incentiva o consumo e movimenta a economia. “Quando o crédito está barato, as pessoas conseguem tomar empréstimos e pagar juros menores. Com isso, elas consomem mais, o comércio vende mais, a indústria produz mais e contrata mais pessoas. Isso é crucial para reduzir o desemprego e estimular o crescimento econômico.”

Eritan ressalta que a inflação está controlada, com a meta em 3% e o teto em 4,5%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projeta uma inflação de 3,8% a 3,9% para este ano.

“Não há justificativa para manter a Selic em dois dígitos dada a conjuntura do país. Precisamos aumentar o PIB, contratar mais pessoas e reduzir o desemprego. Um dos caminhos para isso é reduzir a taxa Selic,” argumenta.

Além de não fomentar o aquecimento da economia, Eritan aponta que a Selic elevada também impacta negativamente a dívida pública.

“A Selic é usada como referência para o pagamento dos juros dos títulos públicos federais. Uma Selic elevada é muito mais favorável para quem vive da renda desses títulos, mas o governo remunera esses títulos através do seu orçamento, aumentando a dívida pública,” explica. Segundo ele, reduzir a Selic também beneficiaria a redução do déficit primário.

Para Eritan Machado, a Selic deve ser elevada apenas quando a inflação está fora de controle, com o objetivo de frear o consumo. “Mas esse momento não é o que se aplica,” conclui, reforçando a necessidade de uma revisão na política de manutenção da Selic em patamares elevados.

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