IBGE e Conab estimam produção menor de grãos na Bahia em 2024
Estima uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11,4 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 5,8% na comparação com a safra de 2023.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de maio de 2024, com dados sistematizados e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), estima uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11,4 milhões de toneladas, o que representa um recuo de 5,8% na comparação com a safra de 2023.
“Após a produção recorde de grãos em 2023, tanto o IBGE como a Conab estimam uma produção menor de grãos na Bahia em 2024, devido ao fenômeno El Niño que afetou negativamente as condições climáticas, prejudicando algumas regiões produtoras no estado. Assim, destaca-se, entre os grãos, a queda em dois dos principais produtos agrícolas do estado: soja e milho”, explica Carla Janira Nascimento, técnica da SEI.
Segundo o IBGE, as áreas plantadas e colhidas estão estimadas em 3,52 milhões de hectares (ha), com recuo de 0,3% em relação à safra de 2023. Assim, o rendimento médio esperado (3,25 toneladas/ha) da lavoura de grãos no estado da Bahia é 5,6% aquém da safra anterior.
O volume de soja a ser colhido pode alcançar 7,53 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 0,4% sobre o verificado em 2023. A área plantada com a oleaginosa no estado está projetada em aproximadamente 2,0 milhões de ha.
As duas safras anuais do milho, estimadas pelo IBGE, podem alcançar 2,38 milhões de toneladas, o que também representa declínio de 23,1% na comparação anual. Com relação à área plantada, houve queda de 18,3% em relação à estimativa da safra anterior de 698 mil ha. A primeira safra do cereal está projetada em 1,70 milhão de toneladas, 27,7% abaixo do que foi observado em 2023. Já o prognóstico para a segunda safra é de um recuo de 8,6% em relação à colheita anterior, totalizando 681 mil toneladas.
Para a lavoura do feijão espera-se recuo de 7,9%, na comparação com a safra de 2023, totalizando 220 mil toneladas. O levantamento tem estimativa de 390 mil ha plantados, 6,5% menor que a safra anterior. Estima-se que a primeira safra da leguminosa (122 mil toneladas) seja 15,3% inferior à de 2023, e que a segunda safra (98 mil toneladas) tenha uma variação positiva de 3,2%, na mesma base de comparação.
Outro importante produto da safra baiana, o algodão (caroço e pluma), está com a produção estimada em 1,76 milhão de toneladas, o que representa aumento de 1,3% em relação ao ano passado. A área plantada com a fibra aumentou 3,0%, alcançando 375 mil ha em relação à safra de 2023.
Para a lavoura da cana-de-açúcar, o IBGE estimou produção de 5,54 milhões de toneladas, revelando aumento de 1,4% em relação à safra 2023. A estimativa da produção do cacau, por sua vez, ficou projetada em 123 mil toneladas, apontando um avanço de 2,7% na comparação com a do ano anterior.
Em relação ao café, está prevista a colheita de 270 mil toneladas este ano, 9,4% acima do observado no ano passado. A safra do tipo arábica está projetada em 116 mil toneladas, com variação anual de 15,7%. Por sua vez, a safra do tipo canéfora teve previsão de 153 mil toneladas, 5,1% acima da colheita do ano anterior.
As estimativas para as lavouras de banana (920 mil toneladas), laranja (628 mil toneladas) e uva (62 mil toneladas), por sua vez, registraram, respectivamente, variações de 0,7%, -1,0% e -5,4%, em relação à safra anterior.
O levantamento ainda indica uma produção de 925 mil toneladas de mandioca, 1,4% menor que a de 2023. A produção de batata-inglesa, estimada em 335 mil toneladas, apresenta acréscimo de 0,9%; e a do tomate, estimada em 182 mil toneladas, aponta alta de 1,5% na comparação com a do ano anterior.
Conab estima safra de 12,19 milhões de toneladas de grãos no 9º levantamento do ciclo 2023/2024
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu nono levantamento, estimou uma produção de 12,19 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/2024 – o que representa um recuo de 9,0% em relação ao ciclo 2022/2023.
Com relação à área plantada, observa-se uma ampliação de 1,4% na mesma base de comparação, o que alcança uma área de 3,81 milhões de ha. Dessa forma, o rendimento médio do conjunto das lavouras pesquisadas deverá ficar em torno de 3,20 toneladas/ha.
A produção de algodão está estimada em 1,63 milhão de toneladas, plantada em 346 mil ha, o que representa um crescimento de 6,8% em relação ao ciclo 2022/2023.
Há expectativa positiva também associada à produção de feijão, cujo volume estimado em 338 mil toneladas (plantados em 432 mil ha) representa um crescimento de 17,0% em relação ao ciclo 2022/2023.
A soja, segundo a Conab, deve apresentar um ciclo de baixa, apesar da maior área plantada com aumento de 3,1% em relação à temporada passada, alcançando um total de quase dois milhões de ha. A produção deve recuar em 3,1%, para 7,48 milhões de toneladas na atual temporada, em comparação com o ciclo anterior. Com isso, a produtividade estimada é de 3,78 toneladas/ha, representando uma queda de 6,0%.
Com relação à safra de milho, a expectativa é de que a safra atual seja bem menor que a anterior, totalizando 2,85 milhões de toneladas. As principais contribuições provêm da primeira (1,60 milhões de toneladas) e da terceira (1,15 milhões de toneladas) safra do cereal. Em seu conjunto, a produção de milho, no estado, apresenta previsão de queda de 27,4% em relação ao período anterior.