Cardiologista aborda desafios e cuidados na hipertensão em idosos
O Dr. Cláudio Rocha destaca a importância de um acompanhamento cuidadoso e personalizado no tratamento da hipertensão em idosos
A hipertensão é um problema de saúde particularmente desafiador entre os idosos, especialmente em uma população que envelhece rapidamente. Compreender essas nuances é crucial para oferecer um tratamento eficaz e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Durante o momento IDM Cardio dessa semana, o cardiologista Dr. Cláudio Rocha explicou que cerca de 60 a 65% dos idosos têm hipertensão e que a automedicação pode ser prejudicial. Ele destacou que a hipertensão sistólica isolada, onde a pressão máxima está mais alta e a mínima mais baixa, é comum em idosos.
“As artérias dos idosos se tornam mais rígidas, aumentando o risco de AVC e outras complicações. É essencial regular bem a pressão arterial, utilizando medicações adequadas e ajustadas para cada paciente,” afirmou.
Ao ser questionado sobre os fatores de risco mais prevalentes em idosos, Dr. Cláudio identificou fatores de risco não modificáveis, como idade e genética.
“No entanto, fatores como consumo de sal, obesidade, estresse, sedentarismo e tabagismo podem ser modificados. Reduzir esses riscos é fundamental para melhorar a saúde dos idosos,” explicou ele.
Sobre os sintomas específicos de hipertensão em idosos, o cardiologista mencionou que muitos são assintomáticos.
“Ao contrário dos jovens, que podem sentir tontura e cefaleia, os idosos podem apresentar sonolência, confusão, desmaios e, eventualmente, AVCs. É importante estar atento a esses sinais,” alertou.
O cardiologista também destacou as complicações mais frequentes da hipertensão não tratada em idosos, como insuficiência cardíaca e AVC, além de morte súbita. Ele enfatizou os perigos da automedicação: “Muitas vezes, idosos tomam medicações recomendadas por amigos ou vizinhos, sem considerar suas condições específicas, como diabetes ou problemas renais.”
Em relação ao uso de chás e remédios caseiros, o médico foi claro: “Infelizmente, não temos evidências científicas que comprovem a eficácia de chás como o de chuchu. O uso excessivo de chás pode causar hepatite. É essencial que, mesmo se optarem por chás, os pacientes não abandonem suas medicações prescritas pelo médico.”
Sobre a polifarmácia e como evitar interações medicamentosas, Dr. Cláudio ressaltou que muitos idosos usam cinco ou mais medicações.
“É crucial que o médico assistente esteja ciente de todas as medicações utilizadas para evitar interações prejudiciais. A saúde do idoso é instável e qualquer desequilíbrio, como uma infecção, pode afetar gravemente sua condição,” explicou.
Por fim, abordando a interrupção do tratamento pelos idosos, o médico destacou que muitos interrompem o tratamento ao se sentirem melhor, o que é um erro cultural. “Anti-hipertensivos, por exemplo, podem ser usados a longo prazo sem problemas, desde que acompanhados por um médico,” concluiu.