Defensores Públicos da Bahia mantêm greve por tempo indeterminado
O defensor público Maurício Moutinho detalhou a situação atual da categoria e os motivos da greve.
Os defensores públicos da Bahia estão há mais de oito dias de greve e anunciaram que a paralisação continuará por tempo indeterminado. Em Feira de Santana, uma coletiva de imprensa foi realizada na última sexta-feira (24), onde o defensor público Maurício Moutinho detalhou a situação atual da categoria e os motivos da greve.
“Nós, defensores públicos, suspendemos parte das nossas atividades, mas não estamos de braços cruzados”, afirmou. Ele destacou que os defensores continuam atendendo casos urgentes e inadiáveis, como questões de saúde, busca e apreensão de filhos, audiências de custódia e apreensão de adolescentes. “Ninguém consegue prever tudo que vai acontecer, e os defensores são encaminhados para avaliar esses casos urgentes”, explicou.
O principal pleito dos defensores públicos é o respeito à instituição, conforme previsto na Constituição e na lei.
“Queremos que a Defensoria Pública seja respeitada de verdade, no nível de respeito que a Constituição e a lei preveem”, enfatizou. Ele destacou a necessidade de uma estrutura adequada e equiparação remuneratória com outras carreiras jurídicas.
Moutinho alertou sobre a migração de defensores públicos da Bahia para outras carreiras devido à desvalorização salarial.
“A defensoria da Bahia paga quase a metade do que um defensor ganha em outros estados”, disse. Ele citou exemplos de ex-colegas que deixaram a Bahia por melhores condições em outros estados.
“Esses colegas migraram porque buscaram locais onde a instituição é mais respeitada e tem mais orçamento”, afirmou. Ele destacou que a desvalorização da Defensoria Pública na Bahia afeta não apenas os defensores, mas também a população que depende de seus serviços. “Nós não estamos pedindo só por nós, estamos pedindo para garantir que vocês, que são o povo, também sejam respeitados e protegidos”, concluiu.
*Com informações do repórter Robson Nascimento