Nutróloga destaca a complexidade da obesidade e a importância da abordagem individualizada no tratamento
Dra. Anne Stephany destaca a importância da compreensão da origem da obesidade e a necessidade de métodos de avaliação mais precisos no tratamento dessa doença complexa.
As taxas de obesidade têm crescido de forma alarmante desde 1975, atingindo proporções epidêmicas em todo o mundo. Este fenômeno afeta pessoas de todas as idades e grupos sociais, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, com um número impressionante de 650 milhões de pessoas afetadas globalmente.
A Dra. Anne Stephany, nutróloga e especialista em sono, sexualidade e qualidade de vida, enfatizou a natureza multifatorial da obesidade, destacando que é essencial compreender sua origem antes de fazer julgamentos precipitados.
“A obesidade é uma doença multifatorial. É importante a gente entender esse conceito porque às vezes as pessoas têm muito aquela coisa do preconceito. As pessoas às vezes não compreendem que a obesidade ela é de origem. Multifatorial. E o primeiro fator é a genética”, disse.
A Dra. Anne explicou que fatores como genética, idade, metabolismo e estilo de vida contribuem para o desenvolvimento da obesidade. Ela destacou a importância da medicina preventiva desde a gestação, ressaltando que a obesidade é mais do que uma questão física, é uma doença da mente.
“A obesidade não está no corpo, ela está na mente. O ganho de peso já é uma consequência de uma doença mental onde você busca utilizar na comida o extravasamento da sua ansiedade.”, afirmou.
Além disso, a Dra. Anne destacou a necessidade de uma abordagem individualizada no tratamento da obesidade, utilizando métodos de avaliação mais precisos, como exames de composição corporal. Ela enfatizou que o tratamento da obesidade requer cuidado e acompanhamento a longo prazo, e que a mudança de mentalidade é fundamental para o sucesso.
“Ou você muda a sua mente, ou você muda o seu mindset, ou não tem dieta que resolva. A obesidade precisa de tratamento e muitas vezes de acompanhamento e tratamento, algumas vezes, a longo prazo.” Disse.
A nutróloga ainda destaca que a luta contra a obesidade exige uma abordagem que vai além da balança e do IMC.
“Infelizmente a forma mais estudada e elaborada, que os artigos científicos ainda trazem, é o IMC, o índice de massa corporal. Nesse método, avaliamos o paciente apenas através do peso da balança. Calculamos o IMC usando a fórmula peso dividido pela altura ao quadrado. No entanto, o IMC não é totalmente confiável, pois avaliar apenas o peso às vezes não reflete a composição corporal do paciente. Atualmente, um exame de fácil acesso para as pessoas é a bioimpedância octapolar. Em comparação com a bioimpedância tetrapolar, que é mais comumente utilizada, a bioimpedância octapolar possui uma alta correlação clínica com a realidade do paciente. Com esse método, podemos avaliar não apenas o peso e altura, mas também o quanto de gordura e massa muscular o paciente possui. Por exemplo, um paciente pode estar na faixa de sobrepeso, com um IMC entre 25 e 30, mas ter uma proporção significativa de massa muscular e uma quantidade mínima de gordura.”