De ajudante de depósito a destaque internacional: A inspiradora trajetória de Lay Santos
Com uma jornada que começou como ajudante de depósito na Feira Tintas ele alcançou uma posição de destaque como gerente geral e atualmente figura entre os top 5 da maior empresa de tintas automotivas do mundo
Oslaízo da Silva Santos, mais conhecido como Lay Santos, é uma história de superação e determinação que inspira muitos. Com uma jornada que começou como ajudante de depósito na Feira Tintas ele alcançou uma posição de destaque como gerente geral e atualmente figura entre os top 5 da maior empresa de tintas automotivas do mundo, a Sherwin Williams.
Com 58 anos, casado há 36 anos com Yara Santos e pai de três filhos, Lay recordou, durante entrevista ao radialista Jorge Biancchi, os primeiros passos em um ambiente desafiador, ele descreveu a necessidade de contribuir para o sustento da família desde cedo.
“Foi muito sofrido. A necessidade dos jovens trabalharem para ajudar seus pais no dia a dia era grande, e eu não fui diferente, aos 12 anos, comecei a trabalhar, depois consegui um emprego na Feira de Tintas, mesmo sem ter preparo físico eu assumi como chefe de depósito, uma função que exigia força física e eu era muito fraco, magro, mas encarei o desafio e comecei a trabalhar em maio de 1982. Graças a Deus, fui crescendo passo a passo, humildemente, sem pisar em ninguém e assim, cheguei à posição de gerente geral da Feira Tintas.”
A Feira Tintas foi o ponto de partida para a ascensão de Lay Santos, como gerente geral tinha um salário que correspondia a 15 salários mínimos, que na época era 130 reais, que corresponde ao valor de R$1.950,00, que quando atualizado para os valores de hoje é R$21.180,00. Mesmo com um bom salário e anos de trabalho, ele decidiu buscar novos horizontes e se tornou representante comercial, um passo que exigiu coragem e determinação.
“Eu trabalhei 21 anos na Feira Tintas, também trabalhei dois anos na Londrina Tintas e em 98 eu pedi para sair porque eu teria que fazer alguma coisa para crescer, procurar minha carreira solo e nisso eu saí para ser representante comercial. Abrir mão do salário como gerente geral foi uma decisão difícil, mas necessária para buscar novas oportunidades. Foi um período desafiador, mas com fé e trabalho árduo, as coisas começaram a se alinhar”, explica.
O início como representante comercial não foi fácil. Lay relembra momentos de dificuldade, como a falta de recursos para alimentação durante viagens de trabalho.
“Eu parava na estrada para comer folha de umbu, folha de cajá, não era o fruto, era a folha que não tinha o fruto do mandacaru. Não que eu gostasse deles, mas sim porque não tinha o que comer, não tinha dinheiro para comer. Foi várias vezes que olhava para o marcador de combustível e ouvia: ou me alimento ou combustível e eu optava pelo combustível para não ficar na estrada. Mas graças a Deus isso passou e eu só tenho que agradecer e glorificar o nome do Senhor sempre, dava para matar a fome comendo folha de umbu, de mandacaru, de cajá. Enganar a fome comendo folhas era o que fazíamos, mas depois tomava um pouco de água, comprava uma água mineral ou pedia em um bar e cá estou até hoje.”
Após enfrentar meses de dificuldades financeiras e incertezas sobre o futuro, Lay relembra com detalhes o momento crucial em que sua persistência foi recompensada.
“Lembro como hoje: existia um fax e eu pegava o extrato via fax. Depois de quatro meses sem receber um centavo, eu e minha esposa estávamos em pé, olhando o papel sair do fax e quando saiu, o valor do saldo era de 167 reais. Eu me desesperei, e foi quando estava numa loja em Itaberaba, toda hora chegava gente procurando lâmpada, e o dono da loja falava que não tinha. Então, eu saí e liguei para um amigo meu, que também era representante. Ele estava começando botar distribuição de lâmpadas e eu fui perguntando a ele como vendia lâmpada, e nesse dia fiz uma venda grande para esse lojista, simplesmente só de comissão das lâmpadas, foram 23 mil reais. Cheguei em casa, foi uma festa, mas foi muito difícil no inicio.”
Apesar dos obstáculos, Lay Santos persistiu e conquistou reconhecimento dentro da indústria de tintas, tornando-se um dos principais representantes da Sherwin Williams no Norte e Nordeste do Brasil.
“É fazer o que gosta e tratar as pessoas do jeito que você quer ser tratado. Ser profissional, ético, sempre querer mais, mas sem pisar nas pessoas. Esses são os valores que me guiaram até aqui”, destaca.
Atualmente, Lay Santos trabalha com uma equipe dedicada e planeja passar o legado para as próximas gerações. Ele expressa sua gratidão à Feira Tintas, onde construiu parte significativa de sua carreira, e destaca a importância de manter um vínculo próximo com seus parceiros e clientes.
“Hoje eu trabalho com uma equipe de quatro pessoas, tem o Maicon, que ele é representante também, meu genro, Mateus, que é meu filho, é representante e o Angelino que é um técnico. Persistir, respeitar o próximo, tratar as pessoas com consideração, é assim que seguimos em frente. Também quero aproveitar para agradecer à minha esposa, meus filhos, meus netos, que são minha inspiração diária”, conclui Lay, em meio às lembranças de uma jornada marcada por desafios e conquistas.