Relações Interpessoais: Cardiologista relaciona o poder do bem-estar e Longevidade
Ele compara o impacto das relações interpessoais com outros aspectos tradicionalmente associados à saúde, como parar de fumar ou manter um peso saudável.
Durante o quadro Saúde do Coração em Pauta, o médico cardiologista Dr. Israel Reis expôs como as relações interpessoais exercem um papel crucial na saúde do coração e na longevidade.
“Sempre discutimos sobre perder peso, combater o sedentarismo e parar de fumar como fatores determinantes para a saúde. No entanto, estudos recentes têm revelado que ter amigos e fazer parte de uma comunidade também desempenham um papel significativo”, destaca o Dr. Israel.
Ele compara o impacto das relações interpessoais com outros aspectos tradicionalmente associados à saúde, como parar de fumar ou manter um peso saudável.
“A solidão na velhice, por exemplo, pode ter um impacto tão prejudicial quanto o tabagismo ou a obesidade. Portanto, a coisa de fazer parte, de ter uma sensação de pertencimento de uma comunidade, de ter amigos, parece impactar muito no fato de a gente viver mais, com menos perda cognitiva e ter mais saúde, menor chance de ter doenças crônicas. Isso parece que faz parte da nossa existência, ou seja, desde os primórdios.” Explica.
Além disso, o Dr. Israel aborda a crescente preocupação com a solidão na era digital.
“Apesar das redes sociais, muitas pessoas relatam uma sensação de solidão. É fundamental priorizar o contato físico e as relações pessoais para promover uma melhor saúde mental e cardiovascular”, ressalta.
O Dr. Israel explica que há estudos que demonstram a relação entre a qualidade das relações interpessoais e a saúde cardiovascular.
“Além da interação social, aspectos como viver com amargura e incapacidade de perdoar também têm sido associados à saúde do coração. As relações interpessoais envolvem habilidades como saber ouvir, perdoar, comunicar e entender o ponto de vista do outro. Thiago Brunet, especialista em relações interpessoais, em seu livro “Especialista em Pessoas”, destaca a importância de classificar os amigos em diferentes categorias e aprender a lidar com os defeitos e o egoísmo humano. Viver em um mundo onde as pessoas são vistas como inimigas ou onde se acredita que se pode viver sem os outros pode impactar negativamente na saúde. Portanto, é essencial desenvolver a habilidade de ser “especialista em gente”, reconhecendo que todos têm defeitos, mas que precisamos uns dos outros. Cultivar amizades, ser grato e dar valor às interações sociais são essenciais para uma vida saudável e feliz, conforme destacado pelo estudo de Harvard sobre felicidade, que ressalta a importância do sentimento de pertencimento e de ter pessoas em quem se possa confiar.”
O cardiologista enfatiza que lidar com diferentes tipos de pessoas é essencial para preservar nossa saúde mental e física.
“O estresse gerado por essas situações pode impactar negativamente nossa saúde cardiovascular, aumentando a pressão arterial e o batimento cardíaco. Por outro lado, quando nos sentimos felizes e pertencentes a um grupo, podemos compartilhar nosso estresse e receber apoio emocional, o que contribui para a redução da pressão arterial e a regulação dos hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina. Assim, as relações interpessoais desempenham um papel fundamental como fator de proteção contra doenças cardíacas.”