Greve dos prefeitos: gestores da região metropolitana de Feira aderem ao movimento
A decisão é um consenso entre as cidades que integram o Consórcio Portal do Sertão
Rafael Marques
Os prefeitos de Anguera, Santa Bárbara, Conceição da Feira, Ipecaetá, Tanquinho, Coração de Maria, São Gonçalo dos Campos, Amélia Rodrigues e Irará, municípios que ficam na região metropolitana de Feira de Santana, vão aderir a uma paralisação de atividades nesta quarta-feira (30), devido a queda de repasses do Governo Federal, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A decisão, é um consenso entre os municípios integrantes do Consórcio Portal do Sertão.
O portal De Olho na Cidade ouviu o prefeito do município de Anguera, Mauro Vieira, que lamentou a situação.
“Nós estamos passando por um momento complicado nas prefeituras a nível Brasil. É necessário que toda a sociedade organizada tenha ciência disso. Nestes quase 3 anos de mandato posso dizer até dos dez anos que eu estou prefeito, nunca passei por um momento desse. Não tem dinheiro para nada, não tem dinheiro para pagar as contas, as prefeituras hoje estão sobrevivendo mesmo a pão e água”, reclamou.
Ao ser questionado a que se deve esse problema, o gestor foi categórico e afirmou: “essa questão da queda de receita, infelizmente, é uma caixa preta, a gente não sabe como é que isso se dá, mas houve aumento de salário de funcionários, veja que o professor está em cima querendo aumento e como é que você consegue pagar as contas se a despesa superou a receita. A conta não fecha”, afirmou.
O prefeito de Ipecaetá, Júnior Piaggio, que esteve em Brasília recentemente, disse que a decisão pegou todos os gestores de surpresa.
“Todos nós fomos pegos de surpresa. No mês de julho, a queda brusca da receita foi de 34,8% a menos se comparado a julho de 2022. O município que tem outras fontes de recursos, ótimo, mas para o que vive exclusivamente do FPM, pode ter certeza que está todo mundo tomando remédio para conseguir dormir, porque a conta não fecha. Uma coisa é você planejar, e outra, é tomar um baque desse”.
Quem também comentou sobre a paralisação, foi o prefeito de Feira de Santana Colbert Martins Filho.
“Concordamos com a proposta de dizer que o Brasil está arrecadando e não está chegando para os municípios, mas entendemos que se a gente fechar as portas das pessoas que mais precisam, quem paga impostos, achamos que não é a forma adequada. Portanto, amanhã, boa parte das prefeituras da Bahia não irão funcionar, mas a de Feira funcionará”, declarou.
*Com informações do repórter André Silva