Dia da Mulher: Sororidade amplia o protagonismo feminino
Roda de conversa discute atuação das mulheres na sociedade contemporânea
Thacy Mendes
Segundo levantamento de 2021 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 63% dos cargos gerenciais são ocupados por homens. As mulheres atuam somente em 37%. Os dados apontam que o protagonismo feminino ainda precisa ser difundido e incentivado.
Em uma roda de conversa especial realizada no programa De Olho na Cidade (Sociedade News FM), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a psicóloga Dra. Lismara Moreira explicou que quando há um protagonismo feminino existe também uma sobrecarga de tarefas.
“O dia a dia de uma mulher é corrido. À medida que o tempo passa, as demandas crescem. A mulher se empoderou, mas ainda é ela que leva o filho para a escola, cuida da comida e do lar. Muitas vezes essa mulher, que é protagonista da sua vida, precisa tomar medicação, porque não se sente capaz de dar conta de tudo”, pontua.
Em concordância, a advogada Camila Trabuco apontou que o trabalho de cuidado doméstico e familiar sempre foi delegado automaticamente às mulheres, o que gera acúmulo de funções e prejudica o seu desempenho pessoal.
“A partir do momento que a mulher decide se dedicar somente a esse trabalho de cuidado tanto familiar quanto doméstico, ela deixa de fazer cursos, se especializar, se autocuidar, tomar conta da saúde mental. Então precisamos chamar atenção para alguns direitos que podem ajudar a mulher a administrar melhor seu tempo”, destaca.
Os diretos trabalhistas, por exemplo, preveem a garantia de emprego para a gestante, licença-maternidade, direito a repouso no caso de aborto natural, direito a tempo de trabalho médico, direito a remuneração igualitária, etc. É importante que o público feminino sempre pesquise e se mantenha informado a respeito dos seus direitos.
Mulheres que praticam a sororidade e apoiam o sucesso uma das outras, estão contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e ampliando as oportunidades de protagonismo feminino.
De acordo com a secretária municipal de Política para as Mulheres, Gerusa Sampaio, alguns espaços em Feira de Santana precisam de mais presença feminina, e para que essa presença seja incluída é importante cultivar o apoio mútuo.
“Na Câmara, de 21 vereadores, por exemplo, há somente três mulheres em cargos parlamentares, e ‘olhe lá’. É importante que nós mulheres que somos formadoras de opinião fiquemos mais felizes com o sucesso uma das outras. O brilho de uma não ofusca o seu”.