Economia

Em semana de volta dos impostos federais, gasolina sobe R$ 0,17

Em Salvador a gasolina está sendo vendida em média a R$ 5,85

07/03/2023 12h03
Em semana de volta dos impostos federais, gasolina sobe R$ 0,17
Greve de caminhoneiros provoca fila para abastecimento de combustível em posto de gasolina no Rio de Janeiro.

Com os repasses da retomada da cobrança de impostos federais, que entraram em vigor na última quarta-feira (1º), o preço da gasolina nos postos brasileiros subiu 3,3% na semana passada, que significa uma alta de R$ 0,17, com o litro da gasolina sendo vendido em média por a R$ 5,25. É o maior preço desde a última semana de agosto de 2022, conforme a Folha de São Paulo, em valores corrigidos pelo IPCA.

Contudo, com a retomada dos impostos e corte de preços da Petrobras, o mercado espera R$ 0,26 por litro de alta. O repasse, porém, pode não ter sido captado integralmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que começou a coletar os dados no início da semana. Com coleta feita após o dia 28, o Panorama Veloe de Índices de Mobilidade, por exemplo, já captou alta de R$ 0,41 por litro.

Na quarta-feira, o governo passou a cobrar R$ 0,47 por litro de gasolina a título de PIS/Cofins [duas modalidades de impostos que servem para manter os pagamentos de seguro desemprego, abono salarial e de gastos ligados à Previdência Social]. Para compensar parcialmente a alta, a Petrobras implementou no mesmo dia um corte de R$ 0,13 por litro no preço de venda de suas refinarias.

Assim, o impacto final seria de R$ 0,34 por litro. O efeito esperado nas bombas é menor, porém, porque o produto vendido ao consumidor tem 27% de etanol anidro.

A ANP encontrou a gasolina mais cara do país em São Paulo, Barueri (SP) e Santo André (SP), a R$ 6,99 por litro. A gasolina aditivada mais cara foi encontrada em São Paulo, a R$ 7,99 por litro. Em Salvador está sendo vendida em média por R$ 5,85.

Na quinta (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) deu cinco dias para que o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de cada estado e informe a ocorrência de eventuais práticas abusivas sobre o preço dos combustíveis.

“Nós sabemos que as oscilações são normais [preço], mas nós temos fronteiras que essas oscilações são razoáveis ou abusivas”, afirmou.

A volta dos impostos federais foi anunciada um dias antes de a Petrobras divulgar o maior lucro da história das companhias brasileiras, de R$ 188 bilhões. Em 2022, a empresa foi beneficiada pela escalada das cotações internacionais do petróleo e vendeu sua cesta de combustíveis por preços recordes.

Pelo resultado, distribuirá mais de R$ 200 bilhões em dividendos, valor que foi criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários”, afirmou Lula.

A União, porém, é grande beneficiária dos dividendos da empresa: o governo Lula ficará diretamente com quase R$ 10 bilhões dos R$ 35,6 bilhões que serão pagos pela empresa pelo desempenho no quarto trimestre de 2022.

Na quinta, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a nova política de preços seguirá atrelada às cotações internacionais, mas sem considerar necessariamente os custos para importação dos produtos.

Prates disse que o modelo atual, que prevê o acompanhamento de um preço de paridade de importação, conhecido como PPI, obriga a empresa a fazer o preço de seus concorrentes, estratégia adotada por gestões anteriores, segundo ele, para beneficiar importadores e abrir o mercado.

“Por que eu sou obrigado a praticar o preço do concorrente?”, questionou. “Enquanto tiver fatia de mercado para a Petrobras captar, ela vai captar.”

*Bahia.ba

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