Proclamação da República: professora explica a história por trás do feriado
A data representa a saída de Dom Pedro II do trono brasileiro, estabelecendo o fim da monarquia.
O dia 15 de novembro é marcado pela comemoração dos 133 anos da proclamação da república. A data representa a saída de Dom Pedro II do trono brasileiro, estabelecendo o fim da monarquia. Durante o período monárquico, a população deixou de ser considerada apenas súdita do monarca e passou a ganhar papel ativo na cidadania.
Apesar disso, a república foi construída aos poucos, já que logo no início, nem todos os grupos sociais poderiam exercer sua cidadania, como por exemplo, nos votos.
“Essa república é federativa, e constitucional, mas não foi cidadã, uma vez que com o proclamador da república, se monta uma estrutura que deixa de fora mais de 80% da população brasileira naquilo que é a alma republicana: participação no voto, sendo eleito ou podendo eleger os seus representantes”, explica a professora Aparecida Sanchez, ao De Olho na Cidade.
Nessa época, apenas os homens brancos e alfabetizados podiam votar. As mulheres só ganharam direito de voto após o golpe de 30. Nessa época, a população preta e parda, recém egressa da escravidão, não haviam direito de votar.
“A população negra egressa do cativeiro constrói, em primeira instância, uma identidade muito com a monarquia, que, em última instância, produz a abolição, mesmo que tardia”, pontua a educadora.
Através de protestos e movimentos sociais que contestavam a legitimidade da República, aos poucos, demais grupos sociais começaram a atuar.
O dia 15 de Novembro é regulamentado pela Lei Federal 662, do presidente Eurico Gaspar Dutra, e desde 1949 é considerado feriado nacional.
O primeiro presidente do Brasil foi o marechal Manuel Deodoro da Fonseca, marcando o início do Estado laico e do presidencialismo como sistema de governo. Foi o responsável por liderar as tropas que destituíram Dom Pedro II do trono brasileiro.