Salário mínimo perde poder de compra do botijão de gás
Segundo o sindicalista David Bacelar, a política atual é de desvalorização
O salário mínimo perdeu o poder de compra do botijão de gás, segundo levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)/subseção Federação Única dos Petroleiros (FUP). Para o sindicalista David Bacelar, integrante da FUP, a política atual é de desvalorização, pois faz cerca de quatro anos que não há reajuste de salário, impactando até mesmo a aposentadoria da população.
“Com relação ao gás de cozinha, esse poder de compra reduz ainda mais, tanto por conta da desvalorização do salário mínimo ao longo dos anos, e também pelos altos reajustes que tivemos no botijão de cozinha 13kg nesses quase quatro anos. Estamos falando de 112% de reajuste nesses anos”, explica em entrevista ao De Olho na Cidade.
Segundo Bacelar, o botijão pode chegar a custar 130 reais, um valor acima dos 10% da remuneração da pessoa que recebe salário mínimo. O sindicalista relata que a FUP colaborou com a elaboração de um capitulo de energia do setor de petróleo e gás, para um novo Brasil, e a Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras, junto com outras centrais sindicais, ajudou com a construção de uma pauta para classe trabalhadora brasileira.
“Dentre tantos temas, com relação ao salário mínimo especificamente, foi apontado para nós voltarmos à política de valorização do salário mínimo que tínhamos anteriormente. Nós já fizemos isso, reajustamos o salário no ano posterior, de acordo com a inflação e o PIB anterior, o que gera um ganho real de trabalho. Vários sindicatos se baseiam no salário para distribuir o piso de suas categorias, então se há uma política de valorização salarial com ganho real, por tabela todas as categorias do país terão essa valorização, o que vai dar essa possibilidade de ter um maior poder de consumo da classe trabalhadora”.