Bolsonaro diz que Forças Armadas não fazem auditoria das urnas: ‘Fake news’
Defesa foi acionada pelo TSE para apresentar em 48 horas eventual relatório da apuração feita no primeiro turno das eleições
O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (19) que as Forças Armadas não realizaram a auditoria das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições brasileiras.
“As Forças Armadas não fazem auditoria. A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Então, furada, fake news”, afirmou Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou, na última terça-feira (18), que o Ministério da Defesa apresente o eventual relatório da apuração paralela feita pelos militares no primeiro turno das eleições deste ano.
Na decisão, Moraes estipula prazo de 48 horas para a apresentação dos resultados, e a pasta deverá informar ainda qual é a fonte dos recursos empregados. Além disso, o presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, tem cinco dias para apresentar sua defesa.
“Por outro lado, as notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”, diz Moraes.
Neste ano, o Ministério da Defesa tem feito vários questionamentos ao TSE e levantado dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, apesar de os equipamentos passarem por diversas etapas de preparação e fiscalização, tanto interna quanto externa. As indagações feitas pelos militares foram as primeiras em 26 anos de urna no Brasil.
Procurado, o ministério informou que os técnicos das Forças Armadas atuam a convite do TSE e que a atuação é pautada pela legalidade. “À luz dessa norma, cabe às entidades fiscalizadoras a fiscalização, e não a auditoria do sistema. Ressalta-se que a equipe das Forças Armadas segue, rigorosamente, a referida resolução, e a atuação é pautada pela legalidade, pela elevada capacidade técnica e pela colaboração com a Justiça Eleitoral”, disse em nota.
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