Religião teve papel importante na formação de Feira, diz historiador
Comunidades religiosas contribuíram para formação do município
Nos 189 anos de Feira de Santana, diversos fatores contribuíram para formar a cultura do município. Dentre esses fatores, a religião esteve presente desde os primórdios da Princesa do Sertão. Em entrevista ao De Olho na Cidade, o historiador e teólogo Jorge Luis Neri de Santana destacou que falar sobre história também envolve estudar religião.
“A religião acompanha a história da humanidade. Quando a humanidade surge no nosso planeta, a religião faz parte da construção das civilizações. Não conseguimos falar da história das civilizações humanas sem mencionar religião”, diz o professor, acrescentando que a religião organiza a construção de um imaginário, mas também influencia a criação de valores, senso de responsabilidade, entre outros.
Feira é citada pelo professor, e outros estudiosos, como a Terra das Encruzilhadas, ou dos entroncamentos. Segundo o professor, a cidade já nasce num solo muito plural, especialmente pelas suas rodovias, que davam entrada para viajantes de diversos cantos do país. Por muito tempo, Feira se consolidou como a parada oficial dos viajantes, que comercializavam nas feiras locais.
No início de sua história, o território feirense recebeu cristãos e evangélicos que formaram comunidades no local: “Vai se criar vilas e capelas em honra a Santa Ana. São cristãos-portgueses, mas também são judeus convertidos ao catolicismo. Então só nisso já temos uma mistura de elementos”.
Com a chegada dos africanos que foram sequestrados de sua terra, e trazem consigo características de suas culturas, costumes, e matriz religiosa. A partir disso vai emergindo uma diversidade religiosa no território, sendo o catolicismo a religião mais expansiva e influente no desenvolvimento.
“A religião teve papel importante na formação de Feira, na construção e desenvolvimento da cidade, e também na formação de valores democráticos”.
O professor destaca que é essencial que sempre haja o respeito à diversidade religiosa, com espaço aberto para discussões, mas sem confrontos desrespeitosos.