Síndrome de Fournier: especialistas alertam para riscos, prevenção e importância da oxigenoterapia hiperbárica
A Síndrome de Fournier é grave, mas pode ser tratada com grandes chances de recuperação quando identificada cedo.

Durante uma entrevista especial sobre saúde masculina, a nutróloga Dra. Aline Jardim e a enfermeira hiperbarista Cíntia Silva de Souza Costa explicaram os riscos da Síndrome de Fournier e destacaram o papel essencial da oxigenoterapia hiperbárica no tratamento.
Cíntia lembrou que novembro é um mês dedicado ao cuidado integral do homem.
“A palavra-chave é prevenção. O homem ainda é resistente, tem dificuldade de buscar serviços de saúde, e isso agrava muitos quadros que poderiam ser evitados”, afirmou.
A enfermeira a síndrome é caracterizada como uma infecção bacteriana grave e de rápida evolução.
“É uma manifestação bacteriana agressiva, que atinge a região perineal — entre o ânus e o órgão genital — e pode levar o paciente a óbito em pouco tempo se não houver intervenção rápida”, disse.
Embora possa ocorrer em mulheres, a enfermeira reforçou que os homens são os mais afetados. Entre os fatores de risco, destacou: “Obesidade, diabetes descompensada e hábitos de vida que enfraquecem o sistema imunológico deixam o organismo mais vulnerável.”
Segundo Cíntia, os sinais iniciais podem parecer simples, mas evoluem rapidamente.
“Começa com vermelhidão, dor, inchaço e sensação de calor na região genital. O paciente precisa buscar atendimento imediatamente.”
A profissional reforçou que o tempo é decisivo. “A bactéria é agressiva. Quanto mais tempo passa, maior a área comprometida.”
A enfermeira explicou que o protocolo inclui antibióticos potentes, desbridamentos e cuidados rigorosos.
“É necessário remover toda a área necrosada e iniciar imediatamente uma terapia agressiva, porque é uma infecção de risco de vida”, destacou.
A ferida deixada é extensa e de grande impacto emocional. “São lesões abertas, profundas, muitas vezes próximas aos órgãos genitais. Afeta muito a autoestima e a qualidade de vida.”
Cíntia descreveu como a terapia hiperbárica atua na recuperação.
“A bactéria reduz o oxigênio no tecido. A hiperbárica hiperoxigena a área, ajuda na cicatrização, potencializa o antibiótico e ainda é bactericida e bacteriostática.”
Dra. Aline reforçou que o tratamento acelera a alta hospitalar e reduz complicações.
“Quanto mais tempo o paciente fica internado, maior o risco de infecção. A hiperbárica permite que ele tenha alta mais cedo e continue o tratamento de forma ambulatorial.”
A terapia também auxilia no processo de cirurgias reparadoras posteriores.
“Depois que o paciente faz a cirurgia plástica, a hiperbárica continua ajudando muito na regeneração”, explicou Cíntia.
Cíntia lembrou que a Síndrome de Fournier está incluída na lista de doenças com cobertura para oxigenoterapia.
“Tanto o SUS quanto os planos de saúde autorizam o tratamento. A Bahia, inclusive, é um dos poucos estados que oferece o serviço pelo SUS, tanto em ambiente hospitalar quanto ambulatorial.”
As especialistas ressaltaram que muitos quadros se agravam porque os homens hesitam em procurar ajuda.
“Vergonha não pode ser desculpa. Não é uma doença venérea. É grave, e qualquer alteração deve ser avaliada”, disse Dra. Aline.
Cíntia complementou lembrando a importância da higiene, do controle do diabetes e do autoexame.
“Observar o próprio corpo é o primeiro passo. Viu algo diferente? Procure ajuda.”
Ela ainda destacou a necessidade de profissionais atentos aos diferentes tons de pele.
“Em peles retintas, a vermelhidão não aparece da mesma forma. O toque e a queixa do paciente precisam ser valorizados.”
Cíntia lembrou que o serviço está disponível em Feira de Santana, na Avenida Sampaio, com atendimento por demanda espontânea e encaminhamento hospitalar. Os contatos informados foram: (75) 3221-1833 | (75) 98848-9556
Dra. Aline reforçou que divulga orientações sobre saúde e prevenção nas redes sociais: @dralinejardim
e @institutodaplasticafeira






