Moraes reforça “propagação de notícias falsas” por Núcleo 4 em julgamento no STF
Grupo teria atuado para manter Bolsonaro no poder após eleições
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou o julgamento dos acusados do Núcleo 4 da tentativa de golpe, nesta terça-feira (14), com a leitura do relatório da ação penal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou o grupo como “núcleo de desinformação”, composto por civis e militares da reserva. A acusação aponta uma rede que tentou manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
“Os réus propagaram sistematicamente notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e também a autoridades que ameaçavam os interesses da organização criminosa”, disse Moraes. Também são citadas a criação de uma “Abin Paralela” e ofensivas virtuais contra comandantes das Forças Armadas para coagi-los.
Entre os réus estão Ailton Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Reginaldo Abreu, Marcelo Bormevet e Carlos Moretzsohn. Eles respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe, dano qualificado e ataques ao patrimônio. As defesas alegam ausência de provas concretas e argumentam que as denúncias são genéricas.
A sessão começou às 9h. Moraes resumiu os argumentos das defesas, que ainda poderão se manifestar oralmente. O procurador-geral Paulo Gonet apresentou a acusação. Estão previstas sessões nos dias 15, 21 e 22. O julgamento é conduzido pela Primeira Turma, que também já condenou Bolsonaro no Núcleo 1. Os núcleos 2 e 3 serão avaliados até dezembro.
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