Moraes defende colaborações premiadas e critica defesas durante julgamento no STF
Ministro diz que não houve coação ou interferência nos acordos
No terceiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete acusados, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, defendeu as “colaborações premiadas” utilizadas no processo, alvo de contestação das defesas que pedem a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid por supostas contradições. Relator da ação, Moraes foi o primeiro a se manifestar nesta terça-feira (9), quando a Primeira Turma retomou a análise do caso.
Moraes rebateu os questionamentos lembrando que a Polícia Federal optou por fracionar os depoimentos de Cid em oito sessões, por envolverem fatos distintos, e destacou que as preliminares já haviam sido rejeitadas no recebimento da denúncia, sem fato novo que justificasse revisão.
“Eu ressalto que a sua regularidade e voluntariedade foram amplamente debatidas na sessão de recebimento da denúncia, assim como a ausência de qualquer participação indevida do relator no acordo de colaboração. Ressalto que a própria defesa do réu colaborador reafirmou a total voluntariedade e regularidade da colaboração premiada, afastando qualquer indício de coação, até porque todos os depoimentos foram gravados”, disse.
Moraes também questionou a conduta dos advogados, que, segundo ele, interpretaram erroneamente os primeiros depoimentos. “Isso foi reiteradamente afirmado aqui como se fosse uma verdade e, com todo respeito, beira à litigância de má-fé. Ou beira ao total desconhecimento dos autos — não os leram — ou, de fato, beira à litigância de má-fé”, completou.