Moraes diz que STF ‘não aceitará coações’ durante julgamento de Bolsonaro
Julgamento foi iniciado às 9h10 desta terça-feira, 2
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou na manhã desta terça-feira, 2, na abertura do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros setes réus por tentativa de golpe de Estado que “não aceitará coação” no curso do processo judicial. No início da leitura do seu relatório, o magistrado mencionou o papel da Corte perante a sociedade.
“Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal, julgar com imparcialidade e aplicar a Justiça a cada um dos casos concretos. Independentemente de ameaças ou coações. Ignorando pressões internas ou externas”, afirmou Moraes.
As declarações do ministro faz uma referência indireta a tentativa de interferência do presidente americano Donald Trump no caso, que aumentou a sobretaxa de exportação dos produtos brasileiros, sob justificativa de “caça às bruxas” do magistrado contra o ex-presidente.
Após o rito tradicional feito pelo presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin, Moraes iniciou a leitura do seu parecer final sobre a trama golpista após as eleições de 2022, tendo o seu ápice na invasão do prédio dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023.
Na ocaisão, o magistrado ainda chamou as interferências no processo como “maneira covarde e traiçoeira na tentativa de tentar coagir” à Corte.
“Lamentavelmente, no curso dessa ação penal, se constatou a existência de condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa, de maneira jamais vista em nosso país passou a agir de maneira covarde e traiçoeira na tentativa de tentar coagir o sistema Judiciário, em especial, esse Supremo Tribunal Federal e submeter o funcionamento da Corte ao crivo de outro estado estrangeiro”, disse o ministro.
As ações dos Estados Unidos (EUA) contra o Brasil e o sistema Judiciário ainda teve apoio do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu para se afastar do mandato para residir no país. Ao fixar residência no local, o filho do ex-preisdente instigou o chefe da Casa Branca a adotar sanções ao país de Lula (PT), incluindo a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes.