Saúde

Cirurgias íntimas: Ginecologista explica quando são indicadas e por que tantas mulheres buscam o procedimento

O Brasil é hoje o país que mais realiza esse tipo de procedimento no mundo, ultrapassando até os Estados Unidos.

30/08/2025 21h30
Cirurgias íntimas: Ginecologista explica quando são indicadas e por que tantas mulheres buscam o procedimento

O tema das cirurgias íntimas femininas, ainda cercado de tabus, foi debatido pela ginecologista Dra. Márcia Suely. A médica explicou os diferentes tipos de procedimentos, os motivos que levam as mulheres a procurá-los e os cuidados necessários.

Segundo a especialista, as chamadas cirurgias íntimas englobam um conjunto de procedimentos que envolvem a genitália externa feminina.

“Essas cirurgias podem abordar os pequenos lábios, os grandes lábios, o capuz do clitóris, a região do períneo e até o plicoma anal. Cada área pode trazer desconforto estético, emocional ou até funcional para a paciente”, afirmou.

Ela destacou que muitas mulheres procuram a cirurgia por questões ligadas à autoestima e ao bem-estar.

“É importante dizer que a cirurgia íntima não é sobre o outro, não é sobre o parceiro. É sobre a mulher se sentir bem consigo mesma, com seu corpo e com sua sexualidade”, disse.

O Brasil é hoje o país que mais realiza esse tipo de procedimento no mundo, ultrapassando até os Estados Unidos. Para a ginecologista, isso se deve ao movimento crescente de empoderamento feminino.

“As mulheres estão quebrando tabus, falando mais sobre o tema e buscando qualidade de vida. Em 2020 foram registradas cerca de 20 mil cirurgias, e esse número provavelmente já dobrou”, comentou.

Apesar de cada vez mais comuns, as cirurgias íntimas exigem cuidado na indicação.

“Não existe um padrão de beleza íntima. Cada vulva é única, assim como cada rosto e cada corpo. O que importa é se a mulher sente desconforto ou se sua autoestima está afetada. Só assim é possível indicar a cirurgia com responsabilidade”, ressaltou a médica, que mostrou inclusive um modelo anatômico com diferentes formatos de vulvas para ilustrar a diversidade.

A especialista lembrou ainda que os riscos existem, como em qualquer cirurgia, embora sejam considerados baixos.

“Podem ocorrer sangramentos, infecções ou perda momentânea da sensibilidade, que geralmente volta em até três meses. Por isso, é fundamental procurar profissionais habilitados”, alertou.

Dra. Márcia Suely contou casos de pacientes que tiveram transformações significativas após os procedimentos.

“Uma senhora de 69 anos me disse que passou a vida inteira com vergonha do próprio corpo. Depois da cirurgia, relatou que conseguiu pela primeira vez se sentir livre, sem receio até de ir à esteticista. Isso mostra que não se trata de vaidade, mas de qualidade de vida”, relatou.

Ela reforçou que a cirurgia não é indicada para todas as mulheres. Adolescentes, gestantes e lactantes, por exemplo, devem evitar o procedimento, e casos de saúde como diabetes descompensada ou problemas cardíacos também podem ser impeditivos.

A médica deixou um conselho importante: “Desconfie de profissionais que apontem defeitos na sua região íntima sem que você tenha relatado incômodo. A cirurgia deve ser feita para atender ao desejo da paciente, não à opinião de terceiros. A vulva é única e deve ser respeitada”.

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