Documentário “Feiraguay” destaca memória e identidade cultural de Feira de Santana
Thaciane Mendes O longa-metragem Feiraguay, primeiro filme de longa duração dirigido pelo professor e cineasta Francisco Gabriel Rêgo, docente de Cinema na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), acaba de ser concluído e inicia agora sua trajetória em festivais nacionais e internacionais. Francisco Gabriel é integrante e fundador do Coletivo Urgente de Audiovisual […]
Thaciane Mendes
O longa-metragem Feiraguay, primeiro filme de longa duração dirigido pelo professor e cineasta Francisco Gabriel Rêgo, docente de Cinema na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), acaba de ser concluído e inicia agora sua trajetória em festivais nacionais e internacionais. Francisco Gabriel é integrante e fundador do Coletivo Urgente de Audiovisual (CUAL), grupo que há mais de 15 anos atua na Bahia produzindo filmes e promovendo ações formativas no campo do audiovisual.
O documentário nasce desses encontros e do desejo coletivo de imaginar e fazer cinema no lugar onde vivemos. Mais do que registrar um centro de compras, o filme investiga o Feiraguay em sua dimensão cultural, simbólica e afetiva, mostrando que o espaço é também memória, identidade e história.
Ao acompanhar comerciantes, trabalhadores e frequentadores, a narrativa constrói um retrato vivo desse que é um dos mais emblemáticos centros comerciais do interior do país – herdeiro direto da antiga feira livre que marcou a formação de Feira de Santana e que mantém, até hoje, a vocação comercial e a tradição de trocas e encontros que moldam a cidade.
Filmado com abordagem próxima ao documentário direto, “Feiraguay” coloca a câmera como testemunha participante da vida cotidiana, registrando sons, conversas, gestos e a energia que circula nas ruas e bancas. Para o diretor, a escolha do tema foi fruto de um reencontro pessoal com a cidade.
“Voltei a morar em Feira de Santana depois de uma longa jornada por outras cidades da Bahia. O Feiraguay não é apenas comércio. É memória, cultura e identidade. Ele transformou a cidade, e não há Feira sem o Feiraguay, nem Feiraguay sem Feira”, afirma.
A produção também estabelece um diálogo com a história do cinema baiano, incorporando imagens do clássico Como Nasce uma Cidade, de Olney São Paulo (1973), criando uma ponte entre diferentes tempos e modos de filmar Feira de Santana. Essa escolha reforça a conexão entre o presente do Feiraguay e os registros históricos que ajudaram a moldar a identidade visual e cultural da cidade.
Com 67 minutos de duração, o filme foi contemplado pelo Edital Paulo Gustavo Governo do Estado da Bahia/Secretaria de Cultura e já está inscrito em festivais do Brasil e do exterior.