Filiado do NOVO em Feira de Santana critica destituição do diretório estadual e anuncia ação judicial
Quanto ao futuro da legenda na Bahia, Franklin acredita que a destituição do diretório estadual possa ser revertida
A recente destituição do diretório estadual do Partido Novo na Bahia, determinada pelo diretório nacional da legenda, surpreendeu filiados e gerou dúvidas sobre os próximos passos da sigla no estado. Franklin Franco, filiado ao partido e candidato a vice-prefeito em 2024 em Feira de Santana, comentou sobre a situação durante entrevista ao programa De Olho na Cidade.
“Essa destituição foi uma surpresa para muitos filiados e, aparentemente, muita coisa ainda está por vir. É um anúncio de incerteza que não sabemos como vai acontecer”, afirmou.
De acordo com ele, a decisão tomada a nível nacional não se restringe à Bahia. “Pesquisando, percebi que há outros três estados sem diretório estadual: além da Bahia, Rio Grande do Norte e Rondônia”, explicou, destacando que, em alguns estados, ainda existem diretórios municipais ativos.
Ao ser questionado sobre possíveis discordâncias internas que teriam levado à destituição, Franklin afirmou: “Há conversas de bastidores sobre divergências na condução do diretório e na articulação política para a eleição de 2026, que terá eleição para deputados estaduais, federais, governador, senador e presidente da República. Isso gerou inclusive uma ação judicial para garantir que a condução do diretório siga o que está previsto no estatuto.”
Sobre rumores envolvendo figuras políticas como Aleluia, Franklin foi cauteloso: “Isso é conversa de bastidores. Alguns deputados e candidatos manifestaram intenção de migrar para o Partido Novo, mas neste momento é muito achismo. Penso que é imprescindível que o partido garanta o maior número possível de deputados federais para sua sobrevivência, mesmo que isso vá de encontro aos valores originais do partido.”
Franklin também comentou sua trajetória dentro do partido e a experiência durante a eleição municipal de 2024.
“Decidi me filiar ao Partido Novo por acreditar nos seus valores, mas a campanha em Feira de Santana me deixou insatisfeito. Não participei do planejamento e observei falhas na organização que prejudicaram o desempenho dos candidatos. Isso reduziu significativamente a presença do partido na eleição”, disse.
Quanto ao futuro da legenda na Bahia, Franklin acredita que a destituição do diretório estadual possa ser revertida: “A decisão não tem base no estatuto do Partido Novo. Do ponto de vista jurídico, é inválida. Acredito que, eventualmente, o diretório será reconduzido, pois não há previsão legal para sua destruição.”
Sobre o cenário nacional, ele comentou o lançamento da pré-candidatura presidencial de Romeu Zema: “Zema fez uma gestão surpreendente em Minas Gerais e tem boas chances junto ao eleitorado mineiro. Mas a Bahia é diferente, com menos estruturas do partido para atuar como cabos eleitorais em 2026.”
Franklin concluiu destacando que a destituição na Bahia parece mais estratégica do ponto de vista político do que ideológico: “Na minha opinião, já se desenha um jogo de xadrez para a eleição de 2026, mais voltado à estratégia política do que aos valores do Partido Novo.”