Ginecologista defende tratamento multidisciplinar para endometriose
A médica ginecologista Dra. Márcia Suely apresentou informações atualizadas e revelou avanços que reacendem a esperança de alívio para quem convive com essa condição.
O quadro Mulheres em Pauta trouxe nesta semana um tema que impacta diretamente a saúde e a qualidade de vida de milhares de mulheres: a endometriose. A médica ginecologista Dra. Márcia Suely apresentou informações atualizadas e revelou avanços que reacendem a esperança de alívio para quem convive com essa condição.
“É sempre um grande prazer estar aqui. E além de prazeroso, é muito importante saber que estamos trazendo informações valiosas para tantas mulheres. Isso aqui é mais que um programa, é uma forma de alimentar a saúde com conhecimento”, destacou Dra. Márcia.
A médica explicou que a endometriose é uma doença inflamatória estrogênio-dependente, que afeta principalmente a região pélvica das mulheres. Ela ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero, cresce fora dele.
“Hoje, estima-se que pelo menos 15% das mulheres no Brasil têm ou terão endometriose. Isso é alarmante. No passado, ela era rara, mas com a revolução sexual e a diminuição das gestações, a doença passou a se manifestar com mais frequência devido às ovulações e menstruações frequentes”, explicou a ginecologista.
Dra. Márcia alertou para os sintomas mais comuns, destacando que a dor é o principal sinal da doença.
“Não é só cólica. A dor da endometriose pode ser pélvica crônica, dor na relação sexual, dor ao defecar, ao urinar, e até a dificuldade para engravidar. A mulher sente dor o tempo inteiro. A qualidade de vida dessas pacientes é terrível. São mulheres ansiosas, tristes, deprimidas. Isso não é normal e não pode ser ignorado”, frisou.
Ela também fez um alerta às mães: “Se sua filha sofre com cólica desde nova, com 13, 14 anos, leve ao profissional especializado. O diagnóstico precoce pode mudar a vida dessa jovem.”
O ponto alto da entrevista foi a abordagem sobre as novas possibilidades de tratamento. Dra. Márcia apresentou os avanços com o uso de implantes hormonais com gestrinona, conhecidos popularmente como “chip da beleza”, mas que hoje ganham um novo status.
“Esse implante passou a ser chamado de chip da saúde, porque além de promover ganho de massa muscular, agora está sendo utilizado, com doses controladas, para tratar mulheres com endometriose. Estudos clínicos mostram segurança e eficácia. É a medicina do futuro baseada em tecnologia e ciência”, explicou.
Ela ainda ressaltou que os implantes devem ser indicados com responsabilidade: “Não é para qualquer paciente. E precisa ser acompanhado com cautela. Mas para muitas mulheres, essa é a luz no fim do túnel que tanto esperavam.”
A médica também defendeu um tratamento multidisciplinar para a endometriose, envolvendo fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Ela compartilhou que em sua própria clínica, a Vitalis, há uma equipe integrada preparada para cuidar das pacientes de forma ampla.
“Tratar endometriose sem nutricionista não existe. A parte psicológica também é fundamental, pois muitas mulheres desenvolvem ansiedade, depressão e até vaginismo. O tratamento precisa ser completo, com profissionais qualificados e humanizados”, afirmou.
Dra. Márcia reforçou o chamado à conscientização:
“Não normalize a dor. Se você sente qualquer desconforto persistente na região pélvica, procure ajuda. E procure um profissional que trate você por completo, que olhe para sua saúde integral. Endometriose tem tratamento, e você não está sozinha.”
A médica convidou os ouvintes a acompanharem seu trabalho nas redes sociais pelo perfil @dra.marciadamaral. Ela também anunciou que, em breve, a Clínica Vitalis será reinaugurada com novas tecnologias e estrutura ainda mais moderna para atender as mulheres com acolhimento e excelência.