Especialista alerta sobre os perigos das lesões por pressão em pacientes acamados e idosos
Essas feridas são comuns em pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida, especialmente entre os idosos
A estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne fez um importante alerta sobre os riscos das lesões por pressão, popularmente conhecidas como escaras. Segundo a especialista, essas feridas são comuns em pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida, especialmente entre os idosos, e podem evoluir para quadros graves caso não sejam identificadas e tratadas precocemente.
“Toda pessoa que tem um idoso em casa, alguém com dificuldade de locomoção, precisa estar em alerta. Essas feridas podem surgir simplesmente pelo fato de o paciente ficar muito tempo na mesma posição”, explicou Áquilla.
As lesões por pressão são feridas que surgem em regiões do corpo onde o osso é mais saliente, como calcanhares, cotovelos, coluna, escápulas e região sacral, principalmente em pessoas que permanecem muito tempo sentadas ou deitadas sem mudança de posição.
“Quando a pele fica vermelha e, ao pressionar com o dedo, essa vermelhidão não desaparece, já é um sinal de alerta. Pode ser o início de uma lesão por pressão em estágio 1”, alertou.
Com a progressão da lesão, surgem bolhas (estágio 2), feridas profundas que atingem camadas da pele (estágio 3) e até exposição de músculos e ossos (estágio 4).
“Essas feridas são muito difíceis de cicatrizar e, em alguns casos, podem levar a infecções generalizadas e até à morte”, afirmou a estomaterapeuta.
Além da imobilidade, Áquilla destaca a desidratação, a má nutrição, o uso prolongado de fraldas úmidas, a falta de higienização adequada e a ausência de hidratação da pele como fatores que favorecem o surgimento das lesões.
“Tudo que o idoso não gosta, como beber água ou usar hidratante, contribui para agravar o quadro. A pele mais ressecada e frágil é mais vulnerável a esse tipo de lesão”, afirmou.
De acordo com Áquilla, é possível prevenir as lesões com ações simples no dia a dia, como trocar a posição do paciente a cada duas horas, manter a pele hidratada, trocar fraldas molhadas imediatamente, oferecer alimentação adequada e água com frequência.
“Prevenção é tudo. Existem hoje curativos avançados com silicone que podem ser usados em áreas sensíveis para evitar o surgimento de feridas. Mas o mais importante é evitar que o problema aconteça”, destacou.
Ela também chamou atenção para o fato de que muitos pacientes são internados por outros motivos e saem dos hospitais com feridas, o que demonstra a necessidade de maior atenção e preparo das equipes de cuidado.
Na entrevista, Áquilla também falou sobre os serviços oferecidos pela Clínica Dr. Curativos, que realiza acompanhamento domiciliar para pacientes com dificuldade de locomoção ou impossibilitados de comparecer à clínica.
“A gente cuida desses pacientes e dá suporte às famílias, que muitas vezes não sabem o que fazer ao se deparar com uma ferida. O nosso objetivo é tratar antes mesmo que o problema apareça”, explicou.
Áquilla orienta que toda família que convive com um idoso ou paciente acamado busque orientação especializada, mesmo antes do surgimento das feridas.
“Se perceber uma vermelhidão persistente, bolhas ou escurecimento na pele, é hora de procurar ajuda. Não espere agravar”, reforçou. “Temos colchões, curativos, orientações nutricionais e tudo o que é necessário para tratar e prevenir. O tratamento não é só da ferida, mas do paciente como um todo”, concluiu.