Fisioterapeuta destaca importância da avaliação precoce na reabilitação de pacientes neurológicos
A fisioterapia neurofuncional é voltada para o tratamento de disfunções do sistema nervoso, como AVC, esclerose múltipla, Alzheimer e lesões medulares
O quadro Neuroreabilitação em Pauta do programa Cidade em Pauta, da Nordeste FM, recebeu o fisioterapeuta Vinícius Oliveira, da Reabserv, para uma conversa esclarecedora sobre a importância da avaliação no processo de fisioterapia neurofuncional.
Vinícius destacou que a fisioterapia neurofuncional é voltada para o tratamento de disfunções do sistema nervoso, como AVC, esclerose múltipla, Alzheimer e lesões medulares. Segundo ele, o primeiro passo para o sucesso da reabilitação é uma avaliação criteriosa e multidisciplinar.
“A avaliação é fundamental. Ela deve ser feita o quanto antes, principalmente em casos como o AVC, onde temos o que chamamos de ‘fase de ouro’ da reabilitação, que são os primeiros seis meses. É nesse período que os neurônios que não morreram ainda podem se reorganizar e trazer ganhos significativos para o paciente”, explicou.
O fisioterapeuta alertou que não buscar ajuda especializada de imediato pode comprometer o prognóstico de recuperação.
“O paciente que consegue andar nos primeiros seis meses, por exemplo, tem mais chances de conquistar outras habilidades, como correr ou ter mais equilíbrio no futuro”, disse.
Sobre o processo de avaliação, Vinícius ressaltou que pode ser feito tanto em domicílio quanto em clínicas especializadas, dependendo das condições do paciente.
“Na avaliação domiciliar, conseguimos observar barreiras do ambiente e orientar a família. Vemos se a cama está adequada, se o banheiro comporta uma cadeira de rodas, se há necessidade de adaptações. Também identificamos dentro da família quem pode assumir papéis importantes no cuidado, como acompanhar consultas ou auxiliar na alimentação”, detalhou.
Já em clínicas ou centros de reabilitação, o paciente tem acesso a recursos como esteiras, piscinas terapêuticas e guinchos.
“Se o paciente já tem alguma autonomia, ele pode se beneficiar dessas tecnologias”, completou.
Questionado sobre os desafios da profissão, Vinícius relatou que uma das maiores dificuldades é alinhar a expectativa do paciente à realidade técnica e científica.
“Muitas vezes o paciente quer voltar a andar, mas tem uma lesão medular completa. A gente precisa ser honesto: a medicina atual não oferece reversão para certos casos. Não posso prometer o impossível. O papel do fisioterapeuta é traçar metas realistas, baseadas em avaliação precisa”, afirmou.
Utilizando uma analogia com uma viagem, ele comparou o processo de reabilitação com o percurso entre Feira de Santana e Salvador:
“Se quero ir para Salvador, preciso pegar a BR-324. Posso demorar uma, duas ou até cinco horas, mas o importante é estar na direção certa. O mesmo vale para a reabilitação: uma avaliação bem feita define o caminho. Se pegar a estrada errada, como a BR-116, não chegamos ao destino”, exemplificou.
Vinícius destacou os avanços tecnológicos que contribuem para o tratamento, como órteses, próteses e equipamentos específicos, mas deixou uma mensagem de esperança e superação:
“Sem limites com as limitações. O diagnóstico não pode ser o destino. Já vi pacientes que não andavam voltarem a caminhar. Cada pequeno passo é uma vitória. Procure ajuda, não se acomode. Existe vida e movimento além das limitações físicas.”
Para quem deseja mais informações ou agendar uma avaliação, Vinícius Oliveira atende no centro de reabilitação Reabserv, localizado na Cidade Nova, em Feira de Santana. O contato pode ser feito pelo telefone (75) 3304-0356 ou pelo Instagram @reabserv.