Durante visita a Juazeiro, na Bahia, nesta quinta-feira (17), o deputado federal Jorge Solla (PT) comentou dois temas centrais que têm movimentado o debate político e econômico: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que prevê o parcelamento de precatórios dos municípios em até 300 vezes, e o recente aumento de tarifas comerciais dos Estados Unidos contra o Brasil, anunciado por Donald Trump, provável candidato republicano à presidência norte-americana.

Segundo o parlamentar, a PEC 66 é essencial para garantir a sobrevivência financeira das prefeituras, especialmente as que enfrentam dívidas judiciais elevadas. Para Solla, o parcelamento é necessário para assegurar a continuidade dos serviços públicos.

“A meia meia [PEC 66] é vital para melhorar, do ponto de vista dos municípios, especialmente a capacidade de oferecer serviços públicos e equilibrar as contas. Imagine uma prefeitura que, de uma hora pra outra, tem que pagar uma fortuna por conta de uma decisão judicial. Eu conheço município que tinha previsão de pagar dois milhões por ano em precatórios e está pagando dois milhões por mês. Isso inviabiliza a capacidade de gestão”, explicou.

Solla afirma que a medida trará um novo fôlego para a administração municipal:

“Essa e outras mudanças que a PEC estabelece vão, com certeza, qualificar a gestão e dar outro fôlego para os municípios brasileiros.”

Tarifaço de Trump e críticas à família Bolsonaro

Sobre as novas tarifas comerciais impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, Solla foi enfático ao classificar a medida como uma ameaça econômica ao país e responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Foi escandalosa a medida. Pior ainda é que a família Bolsonaro fomentou essa política. Isso é traição, isso é lesa-pátria. Bolsonaro cometeu crimes em série, organizou um golpe de Estado, tramou o assassinato do presidente eleito, do vice-presidente, do ministro Alexandre de Moraes, participou da depredação dos prédios dos três poderes e agora, fomenta um ataque econômico ao Brasil do exterior.”

O deputado lembrou que o Brasil ainda mantém uma relação comercial significativa com os EUA:

“O Brasil não é completamente dependente das importações dos Estados Unidos, mas 12% ainda vêm de lá. Isso compromete nossa economia.”

Jorge Solla também avaliou os possíveis impactos das tarifas norte-americanas na economia baiana, que exporta frutas, soja, grãos e carnes para os EUA:

“A Bahia tem diversos produtos que são exportados. O Oeste baiano, por exemplo, exporta soja e grãos. Frutas, carnes também têm presença nos Estados Unidos. Agora, é claro que com a imposição de tarifas, a última coisa que queremos são barreiras comerciais.”

Mesmo assim, o deputado acredita que o Brasil pode encontrar novas oportunidades:

“Crises abrem janelas. Veja o caso da Embraer, que tem contrato para vender 90 aviões para os Estados Unidos. Só nesta semana, a empresa fechou contratos com o Japão e com a Dinamarca que equivalem à mesma produção. Isso mostra a nossa capacidade de renovação e abertura de novos mercados.”

Segundo Solla, essa força vem do atual momento de reposicionamento do Brasil no cenário internacional:

“Com o presidente Lula, o Brasil voltou a ter credibilidade, voltou a ser um país competitivo. Lula, além de tudo, é um grande embaixador dos produtos brasileiros.”

*Com informações do repórter André Silva