Possível aumento do IOF pode encarecer pacotes internacionais e afetar setor de turismo, alerta empresário
O setor que ainda está em recuperação após os efeitos da pandemia pode sofrer um novo baque caso o aumento se concretize.
O possível aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para remessas internacionais tem gerado apreensão no setor de turismo. O empresário Jair Bezerra, da Agência Peregrinação Viagens e Turismo, explicou os impactos que a medida pode trazer para o segmento, especialmente no que diz respeito à comercialização de pacotes internacionais.
“Realmente o impacto é muito grande no segmento de turismo”, afirmou Jair. “Eu que trabalho com remessas de valores para fora do Brasil vejo que seria muito negativo para as agências de viagens. Hoje pagamos 0,38% de IOF em cada remessa. Imagine esse número saltar para 3,5%, é um valor muito elevado”, alertou.
Segundo ele, o setor que ainda está em recuperação após os efeitos da pandemia pode sofrer um novo baque caso o aumento se concretize.
“Estamos otimistas de que esse IOF não volte, porque o impacto seria enorme. O segmento turístico que vem tentando se reerguer pode enfrentar um novo desafio sério”, ressaltou.
Para exemplificar o impacto prático, o empresário detalhou como ficaria a cobrança em uma operação comum.
“Digamos que eu vá mandar mil euros para fora. Com o IOF atual, de 0,38%, eu pagaria 3,80 euros. Com a possível nova taxa de 3,5%, esse valor subiria para 35 euros. Agora imagine isso em grandes volumes, como 10, 20 ou até 30 mil euros. Isso afeta diretamente o valor final dos pacotes que oferecemos aos nossos clientes”, explicou.
Além do turismo, Jair Bezerra destacou que outros setores da economia também seriam afetados.
“Acredito que segmentos que trabalham com importação também seriam fortemente impactados. Seria um desastre para a economia nesse momento”, completou.
Diante do cenário, o empresário defende a manutenção da atual alíquota. “Estamos torcendo para que esse aumento não aconteça, porque seria um retrocesso para o turismo e para a economia como um todo”, concluiu.