Ganho de peso na menopausa não é inevitável: Especialista explica como se cuidar
Segundo a médica, o ganho de peso já começa antes da menopausa propriamente dita.
Em mais uma edição do quadro Saúde em Pauta, do programa Cidade em Pauta, da Rádio Nordeste FM, a nutróloga Dra. Aline Jardim falou sobre a relação entre menopausa e o ganho de peso. A médica reforçou que esse período exige atenção, acompanhamento médico e, acima de tudo, informação de qualidade.
“É um assunto voltado para as mulheres, mas que também interessa aos homens”, iniciou a Dra. Aline, ao justificar a escolha do tema. “É uma fase da vida que dura cerca de um terço da existência da mulher. Não dá para viver esse tempo todo com sintomas intensos e riscos à saúde sem buscar cuidado.”
Segundo a médica, o ganho de peso já começa antes da menopausa propriamente dita.
“Na fase chamada climatério, que envolve a pré-menopausa e a menopausa, a mulher pode ganhar até 1 kg por ano. Quando a menopausa se instala, esse ganho pode chegar a 2,5 kg ao ano. Ou seja, em 10 anos, são de 10 a 15 kg a mais, mesmo sem grandes mudanças de hábitos”, explicou.
A Dra. Aline ressaltou que isso acontece, em parte, pela queda de hormônios como progesterona, testosterona e estradiol, que afetam diretamente o metabolismo, a disposição e a capacidade de queimar gordura.
“A mulher dorme mal, acorda cansada, come mais, pratica menos atividade física, e tudo isso contribui para o acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal.”
Um dos pontos destacados foi a mudança no padrão de distribuição de gordura.
“Antes da menopausa, a gordura tende a ir para o bumbum e para as pernas, por ação do estradiol. Com a queda desse hormônio, ela passa a se acumular na barriga, nas laterais, e até no fígado, o que pode levar à resistência à insulina, pré-diabetes e diabetes”, alertou.
“É só observar: a mulher começa a perder o bumbum, afinar as pernas e ganhar barriga. Olha para a sua mãe, para sua avó. É o que acontece com muitas mulheres nessa fase”, completou.
A médica reforçou que os exames nem sempre captam as alterações hormonais na pré-menopausa, e que os sintomas clínicos devem ser levados em consideração.
“A mulher chega dizendo: ‘estou fazendo tudo igual, e mesmo assim estou engordando’ e muitas vezes ainda escutam que é normal, que devem esperar chegar na menopausa. Não! A clínica é soberana. Precisamos tratar o que a paciente está vivendo agora.”
E foi enfática: “Reposição hormonal é vida. Não causa câncer. O que causa câncer é a predisposição genética somada ao estilo de vida ruim: alimentos ultraprocessados, sedentarismo, falta de sono.”
Mesmo mulheres que se cuidam, praticam exercícios e mantêm boa alimentação podem sentir os efeitos do climatério.
“Às vezes, é preciso chocar o metabolismo com estratégias alimentares específicas, como a dieta cetogênica ou o jejum intermitente, aliados à reposição hormonal adequada”, explicou.
Dra. Aline ainda destacou que essas estratégias são detalhadas em seu perfil no Instagram (@draalinejardim), onde ela compartilha informações acessíveis para quem busca alternativas saudáveis.
Sobre os exercícios, a recomendação é clara: “Desde a infância até o último dia de vida, o corpo precisa de movimento. Mas para a mulher na menopausa, o foco deve ser nos membros inferiores. É nas pernas que está a chave para a independência e a saúde na terceira idade.”
Ela alertou para a sarcopenia, perda de massa muscular, e reforçou: “Quer viver bem? Fortaleça suas pernas. Saúde é liberdade.”
“Você que está se sentindo frustrada com o seu corpo, com seu peso, com sua energia, busque ajuda. Não aceite como normal aquilo que te faz mal. Cuidar da saúde é cuidar da sua história. A menopausa não é o fim, é uma nova fase e sim, há tratamento.”