Jonas Paulo e Elen Coutinho defendem renovação no PT e reforçam papel estratégico da Bahia nas eleições de 2026
Eles destacaram a união entre experiência e renovação como caminho para reaproximar o partido de sua militância e fortalecer sua base no interior da Bahia.
Em passagem por Feira de Santana, os pré-candidatos à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Jonas Paulo e Elen Coutinho, apresentaram a proposta da chapa, destacando a união entre experiência e renovação como caminho para reaproximar o partido de sua militância e fortalecer sua base no interior da Bahia.
“Estamos aqui na capital do sertão para debater o destino da Bahia. É um prazer dialogar sobre tudo: de política local à geopolítica internacional”, afirmou Jonas, ex-presidente estadual do PT, ao lado de Elen, que reforçou seu histórico de militância e participação interna no partido.
Elen Coutinho relembrou sua candidatura em 2019 à presidência do PT na Bahia, quando obteve 40% dos votos contra Éden Valadares.
“Desde ali, já vínhamos alertando que era necessário outro ritmo na condução do partido. Com Jonas, acredito que encontramos o formato ideal, que junta a trajetória histórica dele com minha disposição e olhar para o futuro. Essa composição dirigente e militante é excelente para o PT.”
Ela criticou o afastamento da direção estadual com a base petista. “Ouvimos muitas reclamações da militância sobre abandono. As portas do partido se fecharam para os diretórios municipais. Precisamos de uma alternativa que fortaleça o PT na Bahia e no Brasil”, disse.
Jonas Paulo reforçou a importância estratégica da Bahia nas decisões nacionais.
“Em 2014, Dilma foi reeleita com 1,2 milhão de votos de frente no Brasil, sendo que só na Bahia ela teve 3,8 milhões de votos. Em 2022, Lula venceu por 2 milhões de votos no país e com 4 milhões de vantagem na Bahia. Ou seja, a Bahia é decisiva.”
Segundo ele, a conjuntura nacional e internacional reforça a necessidade de um PT mais forte na Bahia.
“Lula negocia com a China e a Rússia investimentos importantes, como as ferrovias FCA e FIOL, além do trem de passageiros Feira-Salvador. O Brasil está no centro de uma disputa geopolítica, e a Bahia precisa estar preparada para isso.”
Ao abordar a situação atual do partido, Jonas foi direto: “Essa gestão, que dura há seis anos, perdeu a essência. Deixou de formular, de influenciar o governo, de dialogar com os diretórios. Quando fui presidente, ampliamos de 27 para 93 prefeitos e de 187 para 523 vereadores. O PT cresceu junto com os aliados. Hoje, não vemos essa capacidade.”
Ele destacou a importância de apoiar o governador Jerônimo Rodrigues. “Precisamos de um partido mais forte para sustentar a liderança de Jerônimo na Bahia e projetá-lo nacionalmente. O PT precisa dar as condições políticas que ele merece.”
Sobre a disputa ao Senado, Jonas defendeu a presença do PT na chapa majoritária.
“Se estivermos no governo, temos que estar na chapa. Mas quem decide é a coalizão. Se todos os aliados concordarem que o PT deve ter duas lideranças fortes para o Senado, eu só tenho a agradecer ao Bonfim, ao Senhor dos Passos e ao Bom Jesus da Lapa.”
Jonas defendeu ainda a construção coletiva de alianças: “Não se vence eleição sem partilha. O poder absoluto não cabe no PT. Nosso foco é Jerônimo e Lula. A construção da chapa tem que ser obra de muitas mãos.”
Ele também comentou as pesquisas que apontam possíveis cenários de derrota do PT em 2026.
“A eleição não é este ano. Precisamos reorganizar o partido, fortalecer nosso projeto. Não somos o partido do grande capital, mas temos que saber conduzir a economia, enfrentar os desafios tecnológicos e de infraestrutura.”
Jonas reforçou a necessidade de ampliar a bancada federal e estadual do partido. “Quanto mais deputados tivermos, mais forte será o PT na Bahia e no Brasil. A força política do partido está também na sua expressão parlamentar.”