Sem acordo com empresas, rodoviários de Feira aprovam greve por tempo indeterminado
A decisão foi tomada de forma unânime pela categoria, que reivindica, entre outras demandas, um reajuste salarial de 7%, melhorias nas condições de trabalho e benefícios
A partir da próxima terça-feira, 3 de junho, Feira de Santana poderá amanhecer sem ônibus nas ruas. Os rodoviários da cidade aprovaram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (28), uma greve por tempo indeterminado, após considerarem que não houve avanço nas negociações com as empresas de transporte coletivo.
A decisão foi tomada de forma unânime pela categoria, que reivindica, entre outras demandas, um reajuste salarial de 7%, melhorias nas condições de trabalho e benefícios como plano de saúde, vale-alimentação e sala de descanso nas garagens.
O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, José de Souza, explicou que a pauta com 14 itens foi entregue às empresas no dia 30 de março, mas, até o momento, nenhuma proposta concreta foi apresentada.
“Nós enviamos a pauta, tanto para as empresas como para as secretarias de contabilidade. Desde então, já tivemos várias reuniões, mas não tivemos nenhuma resposta concreta. Sobre o reajuste salarial, o plano de saúde, o vale-alimentação, a questão do quinquênio, também estamos pedindo uma sala de descanso na garagem para os trabalhadores. Mas nas reuniões só negam, dizem que não têm condições de atender nossas reivindicações”, relatou José.
Ainda segundo o dirigente sindical, não há nenhuma reunião agendada até o momento. Ele destacou que o sindicato está aberto ao diálogo e que o período que antecede a greve pode ser usado para avançar nas tratativas e evitar a paralisação.
“Hoje é quarta-feira, ainda temos quinta, sexta, sábado, domingo e segunda pra tentar resolver esse impasse. A greve não é boa pra ninguém, mas se não tiver uma proposta decente para levarmos à categoria, infelizmente, na terça-feira, a cidade amanhecerá sem ônibus”, afirmou.
José de Souza também explicou que, diferentemente de anos anteriores, a paralisação de 2025 será restrita ao sistema urbano de transporte coletivo, envolvendo as duas empresas que operam nas zonas Norte e Sul de Feira de Santana.
“Esse ano vamos fazer uma greve diferente. Nos outros anos, a gente fazia no sistema todo — intermunicipal, interestadual, turismo… Mas esse ano, será só no sistema urbano, nas duas empresas, Norte e Sul”, completou.
Até o fechamento desta matéria, as empresas de transporte coletivo não se manifestaram oficialmente sobre a decisão dos rodoviários. O sindicato reforça que permanece aberto à negociação, mas mantém a greve até que as demandas da categoria sejam atendidas.
*Com informações do repórter Matheus Gabriel