Advogada alerta para novo golpe envolvendo devolução de valores cobrados indevidamente de aposentados
A prática, apelidada de “golpe do golpe”, se espalha pelas redes sociais, mensagens de texto e até por boletos enviados por correio.
Um novo golpe tem assustado aposentados e pensionistas em todo o Brasil. Depois de sofrerem descontos indevidos em seus benefícios, muitos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão sendo novamente enganados por criminosos que prometem a devolução dos valores cobrados — mediante o pagamento de uma suposta taxa. A prática, apelidada de “golpe do golpe”, se espalha pelas redes sociais, mensagens de texto e até por boletos enviados por correio.
“A sociedade ainda está se unindo para entender o primeiro golpe e já vem essa segunda investida. É triste. O aposentado, o pensionista, já foi lesado, e agora enfrenta outra ameaça”, lamenta a advogada Paloma Barbosa, especialista em Direito Previdenciário e sócia do escritório Parish & Zenandro Advogados.
Com mais de 10 anos de atuação em Feira de Santana e região, a advogada alerta para a importância da informação. Segundo ela, o INSS começou a notificar cerca de 9 milhões de beneficiários sobre descontos realizados por associações, sindicatos e organizações sem fins lucrativos — muitas vezes, sem qualquer autorização prévia.
“A partir do dia 13 de maio, o INSS passou a enviar alertas pelo aplicativo Meu INSS. É importante reforçar que o único canal oficial para resolver esse problema é o próprio aplicativo ou o telefone 135. O INSS não envia mensagens por WhatsApp, não liga, e não solicita dados bancários”, esclarece.
Caso o segurado identifique descontos não autorizados, ele pode contestar diretamente no aplicativo Meu INSS.
“Não precisa ir até uma agência, nem contratar advogado nesse primeiro momento. O processo é gratuito e todo feito pelo celular ou computador”, orienta Dra. Paloma.
Ao contestar, a associação responsável pelo desconto terá 15 dias úteis para comprovar que o desconto foi autorizado. Caso não consiga, deverá devolver os valores ao INSS, que será responsável por repassá-los aos aposentados.
“O pagamento não será imediato. O processo exige prazos legais e apuração individual. O INSS já sinalizou que fará o ressarcimento em etapas”, destaca.
A advogada afirma que, se a entidade não devolver os valores dentro do prazo, a Advocacia-Geral da União (AGU) poderá acionar a Justiça.
“O governo já bloqueou R$ 2,1 bilhões em bens dessas associações. Com esses recursos, espera-se garantir a devolução dos valores desviados”, informa.
Dra. Paloma reforça ainda a importância de o segurado consultar regularmente o extrato do benefício: “Muitas pessoas só percebem o desconto depois de meses. É fundamental verificar todo mês se o valor do pagamento está correto. Se não souber usar o aplicativo, peça ajuda a alguém de confiança.”
Embora o processo possa ser feito sem advogado, a especialista lembra que em casos de insegurança ou desejo de buscar indenização por danos morais, o segurado pode sim procurar apoio jurídico. “A contratação de um advogado é opcional, mas pode ajudar a garantir que os direitos sejam respeitados.”
A advogada também compartilha conteúdos explicativos no perfil do Instagram: @pzadv, onde publica vídeos e artigos voltados para aposentados e pensionistas.
“Infelizmente, foi um golpe muito duro. Além do prejuízo financeiro, há o abalo emocional. Por isso, reforçamos: busquem apenas canais oficiais, e, na dúvida, consultem um profissional de confiança”, conclui Dra. Paloma Barbosa.