Amigos e familiares se despedem de Davi Lucca, jovem símbolo de alegria e superação
Conhecido por irradiar alegria mesmo diante das limitações impostas pela doença, Davi conquistou não apenas sua comunidade em Feira de Santana e Antônio Cardoso, terra natal de sua família, mas também milhares de seguidores nas redes sociais.
Amigos e familiares se despediram nesta quarta-feira (14) de Davi Lucca Casaes Silva, de apenas 15 anos. Diagnosticado com osteogênese imperfeita — doença genética rara conhecida como “ossos de vidro” — Davi enfrentou com leveza e coragem a condição que o acompanhou por toda a vida. Internado no Hospital EMEC desde o dia 5 de maio, ele não resistiu após contrair uma bactéria no último fim de semana. A morte foi registrada por volta das 13h de terça-feira (13).
Conhecido por irradiar alegria mesmo diante das limitações impostas pela doença, Davi conquistou não apenas sua comunidade em Feira de Santana e Antônio Cardoso, terra natal de sua família, mas também milhares de seguidores nas redes sociais. O velório foi realizado na Pax Bahia, no bairro SIM, e o sepultamento ocorreu na manhã desta quarta-feira (14), no Cemitério São João Batista.
Para Tainara Casaes Rocha, prima de Davi, não faltam palavras para descrever o legado deixado por ele.
“Davi era alegria, era inspiração, era espelho. Mesmo com todas as limitações, ele estava sempre feliz, sempre com garra para viver. Não reclamava de nada. Transbordava felicidade”, afirmou.
Segundo Tainara, a música era uma das grandes paixões do primo. “Ele gostava de tudo um pouco, mas cantar era o que ele mais amava. Estava ouvindo muito Bob Marley, Caetano Veloso, Nando Reis… Trazia calmaria pra gente quando cantava.”
Davi também se destacava nas redes sociais. “Mesmo nos últimos dias, mesmo com a saúde fragilizada, ele se preocupava em dar resposta aos seguidores. Pedia à mãe que atualizasse todo mundo sobre o estado dele. Era o jeitinho dele de agradecer o carinho.”
A prima ainda lembrou da forte ligação de Davi com a mãe e a irmãzinha, Valentina. “Eles eram um só. Um vivia pelo outro. Davi perguntava sempre por Valentina. Era muito amor envolvido.”
O prefeito de Antônio Cardoso, Josivaldo dos Anjos, terra natal da família de Davi, lamentou profundamente a perda. Ele conhecia Davi desde a infância, e contou que estudou com a mãe do jovem.
“Criei uma relação de muito carinho com ele. Sempre que fazia aniversário, eu comentava, escrevi textos para ele.”
Para o prefeito, a cidade perdeu um exemplo de vida. “Davi era só doçura. Brincava com todos quando vinha à cidade. Ele e Valentina formavam um trio lindo com a mãe. Mesmo partindo, esse trio continua. Davi segue em espírito e deixa um legado de alegria, de superação.”
No Colégio Gênesis, onde Davi cursava o ensino médio, o sentimento é de gratidão por ter convivido com ele, ainda que por pouco tempo. O professor de artes, Wagno Matos, destacou a leveza que Davi levava para a sala de aula.
“Ele era luz, comunicativo, fazia piadas, acolhia os colegas. A passagem dele foi breve, mas deixou um impacto muito potente. Quando saiu da primeira cirurgia, fez questão de voltar à escola. Isso mostra o quanto ele valorizava aquele espaço, e o quanto ele era valorizado ali.”
O educador lembra que, mesmo diante das dificuldades, Davi nunca se fez de vítima. “A escola aprendeu muito com ele. Sobre empatia, sobre acolhimento. Ele foi um verdadeiro mestre em humanidade.”
*Com informações de Ednalva Valença
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