Dia Nacional da Fibromialgia reforça necessidade de acolhimento, diagnóstico e tratamento multidisciplinar
Em Feira de Santana, estima-se cerca de 1.500 pessoas com fibromialgia
Em alusão ao Dia Nacional da Fibromialgia, celebrado nesta segunda-feira (12), foi realizada uma ação de conscientização no estacionamento da Prefeitura de Feira de Santana. O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para a realidade enfrentada por quem convive com essa síndrome crônica que provoca dores por todo o corpo, fadiga intensa, distúrbios do sono e outras limitações funcionais.
O reumatologista André Nakagaki reforçou a importância do diagnóstico correto e do tratamento adequado da doença. Segundo ele, embora não haja cura definitiva, é possível controlar os sintomas e devolver qualidade de vida ao paciente por meio de um acompanhamento multidisciplinar.
“O melhor tratamento é o multidisciplinar. Ele não envolve só as medicações que o médico vai prescrever. Existe um acompanhamento com psicólogo, psiquiatra, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista e o uso de medicamentos. Esses quatro pilares — emocional, exercícios, alimentação e remédios — permitem reduzir a dor do paciente e aumentar sua funcionalidade no dia a dia”, explicou o médico.
De acordo com o médico, muitos pacientes com fibromialgia enfrentam dificuldades até mesmo para realizar atividades simples, como serviços domésticos. No entanto, com o tratamento adequado, é possível recuperar parte da funcionalidade e melhorar significativamente a qualidade de vida.
“A cura, no momento, não existe. Mas há controle. Podemos estabilizar a fibromialgia, permitindo que o paciente viva melhor. Muitos chegam a não conseguir trabalhar por conta das dores. A fibromialgia pode ser, sim, limitante. Mas com o acompanhamento certo, o paciente pode voltar readaptado às suas funções”, completou.
O médico também destacou a ligação entre a fibromialgia e transtornos emocionais como ansiedade e depressão, o que reforça a importância do suporte psicológico no tratamento.
Durante o evento, Eliana Araújo, presidente da ONG Amor Que Conforta, também falou sobre a atuação da instituição no apoio às pessoas com fibromialgia em Feira de Santana.
“Este é o Dia de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia. Estamos aqui para chamar a atenção da população. Em Feira de Santana, estimamos cerca de 1.500 pessoas com fibromialgia. Mas ainda falta amparo. Nós, da ONG, acolhemos essas pessoas e encaminhamos para outras instituições, como unidades de saúde e a Secretaria de Saúde. Mas ainda é preciso muito mais”, afirmou Eliana.
A ONG Amor Que Conforta oferece uma rede de apoio que inclui assistente social, advogados para questões jurídicas e previdenciárias, psicólogos, terapeuta holística, médico voluntário e equipe administrativa. Os pacientes são cadastrados e passam a ter acesso a todos os serviços oferecidos pela instituição.
“Nosso objetivo é acolher. Fazemos o cadastramento e a partir daí, a pessoa passa a usufruir dos benefícios que oferecemos, buscando melhorar sua qualidade de vida”, concluiu Eliana.
*Com informações do repórter Rafael Marques