Educação

Estudantes da Unex revisitam caso Ângela Diniz em júri simulado e debatem feminicídio no Brasil

Dsicussão é uma ferramenta pedagógica para discutir o feminicídio e os desafios da justiça brasileira no enfrentamento à violência de gênero.

12/05/2025 17h52
Estudantes da Unex revisitam caso Ângela Diniz em júri simulado e debatem feminicídio no Brasil

O curso de Direito da Unex em Feira de Santana realiza, nesta segunda-feira (12), a quarta edição do seu Júri Simulado, uma atividade acadêmica que, neste ano, revisita o emblemático caso de Ângela Diniz — assassinada em 1976 — como ferramenta pedagógica para discutir o feminicídio e os desafios da justiça brasileira no enfrentamento à violência de gênero.

Coordenadora do curso de Direito da Unex, a Dra. Mônica Mattos destaca que a escolha do caso se deu pela sua relevância histórica e social.

“Gostamos de trabalhar com casos reais, que tragam história e prática para os nossos alunos. O feminicídio é um tema que está presente na nossa grade curricular e que, infelizmente, ainda se faz muito atual. Queremos, com essa atividade, aproximar os estudantes do exercício prático da Justiça e promover uma reflexão profunda sobre o papel do operador do Direito”, explicou.

O evento integra a programação da Semana do Júri, organizada pela rede Unex/Uniftc em todas as suas unidades. Em Feira de Santana, o Júri Simulado ocorrerá às 18h50 no auditório da instituição, na Avenida Artêmia Pires Freitas. A atividade é aberta ao público e contará com participação de estudantes, professores e profissionais convidados, como egressos e criminalistas.

A professora Flávia Corrêa, coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da Unex, reforça que o objetivo é aliar teoria à prática, permitindo que os estudantes vivenciem situações reais com orientação docente.

“É imprescindível que o estudante entenda desde cedo o impacto social do Direito. O feminicídio, apesar dos aparatos legais existentes, ainda cresce de forma alarmante. Só em 2024, mais de 1.400 mulheres foram vítimas desse crime no Brasil, segundo o Ministério das Mulheres”, alertou.

Ela acrescenta que o debate sobre o caso Ângela Diniz, mesmo ocorrido na década de 70, continua atual pela forma como revela o machismo estrutural que ainda permeia o sistema judicial e a sociedade.

“Queremos formar profissionais com consciência crítica e capacidade de argumentação, não apenas repetir teorias. O júri simulado, ao trazer essa realidade para dentro da sala de aula, contribui imensamente para a formação cidadã e jurídica dos nossos alunos.”

A atividade também busca fomentar o protagonismo estudantil desde os primeiros semestres do curso.

“Eles se envolvem profundamente com o Direito Penal, muitos se apaixonam por essa área. Nosso professor Danilo Silva, que não pôde estar presente hoje, é um tribuno nato e inspira muito os alunos. Inclusive, teremos a presença de egressos que já atuam como tribunos e servirão de exemplo para os colegas”, comentou Dra. Mônica.

A presença de profissionais convidados durante o júri simulado é outro ponto forte do projeto. “Cada profissional tem sua forma de atuar, sua persona. Isso ajuda o aluno a entender que ele também poderá desenvolver seu próprio estilo profissional, com base nos exemplos que presencia”, explicou.

O evento é gratuito e os interessados podem se inscrever por meio dos perfis profissionais das coordenadoras nas redes sociais. Quem preferir, também pode comparecer presencialmente no local e registrar seu nome para fins de certificação.

Para encerrar, as professoras reforçaram a mensagem que a instituição pretende transmitir com a atividade.

“Nosso compromisso é com a formação de profissionais críticos, conscientes e atuantes. Queremos que nossos alunos sejam agentes de transformação nas suas famílias, comunidades e na sociedade. E o feminicídio é um tema que não pode mais ser ignorado. Debater é o primeiro passo para transformar”, concluiu a professora Flávia.

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