Dom Sérgio renova convite para que Papa Leão XVI visite Salvador
Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil destaca visão internacional do novo pontífice e reforça esperança de receber o Papa na Bahia
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (9), no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, comentou a eleição do novo Papa Leão XVI, escolhido no Conclave que reuniu cardeais de todo o mundo. O religioso brasileiro destacou o simbolismo da escolha e falou sobre o perfil do novo pontífice.
Ao ser questionado sobre a quebra de paradigmas com a eleição do primeiro Papa nascido nos Estados Unidos, Dom Sérgio fez questão de ressaltar a ligação de Leão XVI com a América Latina.
“Na verdade, nós precisamos recordar sempre que o Papa Leão também é latino-americano, porque viveu grande parte da sua vida, do seu ministério no Peru e tem cidadania peruana, além da cidadania americana. Consideramos que é alguém que vem do continente americano, do qual faz parte também a nossa querida América Latina”, explicou.
Dom Sérgio pontuou ainda que, apesar da origem norte-americana, o novo pontífice é reconhecido por sua formação internacional e por uma visão ampla.
“Ele é visto de modo geral entre nós como um Papa que veio da América Latina, sem negar sua origem americana e o valor de sua formação e cultura nos Estados Unidos. O fato de ser americano pode até ajudar no diálogo com os Estados Unidos e outros países. O Papa é alguém que tem uma visão mundial, como foi o Papa Francisco. Temos certeza de que o Papa Leão também atuará além das fronteiras da Igreja, sobretudo na causa da paz, tão urgente e necessária, como ele mesmo já manifestou em sua primeira aparição.”
Dom Sérgio revelou um gesto simbólico ocorrido logo após a eleição de Leão XVI. Ao se aproximar para cumprimentá-lo, aproveitou para renovar um convite já feito anteriormente, quando o então cardeal tinha agenda para visitar Salvador:
“Eu já renovei o convite. Quando fui cumprimentar o Papa, ele mesmo lembrou: ‘Ah, esses dias eu estaria lá em Salvador’. Eu disse: ‘Pois é, o cardeal Prevost não pôde ir, mas esperamos que o Papa Leão possa ir’. Ele sorriu e disse: ‘Está nas mãos de Deus’. Temos a expectativa de recebê-lo, mas entendemos que há outras urgências e muitos compromissos internacionais. Vamos esperar.”
Sobre as especulações que circularam antes da eleição, inclusive com seu nome entre os possíveis papáveis, Dom Sérgio tratou o assunto com serenidade, destacando a espiritualidade do processo.
“Não se pode pensar a escolha do Papa a partir dos critérios do mundo, como se fosse uma eleição política ou empresarial. Nós procuramos o bem da Igreja. Deus surpreende, e mais uma vez isso aconteceu. Para muitos, foi uma surpresa a escolha do cardeal Prevoce. É preciso respeitar o mistério da presença de Deus na Igreja.”
*Com informações de Jorge Biancchi, direto de Roma