Frei Jorge Rocha relata clima de comoção em Roma com a morte do Papa Francisco
Frei Jorge também comentou as expectativas para o conclave
Direto de Roma, o superintendente das rádios Sociedade News e Princesa FM, Frei Jorge Rocha, compartilhou suas primeiras impressões sobre o clima na capital italiana após a morte do Papa Francisco. Ele descreveu uma atmosfera profundamente comovida.
“Roma já respira o cristianismo, o catolicismo, mas agora está tomada por uma grande comoção”, relatou. “Assim que cheguei no aeroporto, já havia um grande telão com a mensagem: ‘Grazie Santo Padre’, ‘Obrigado Santo Padre’. A cidade sente profundamente esse momento.”
Frei Jorge contou que, logo ao desembarcar, foi direto ao Vaticano. “Queria sentir a atmosfera, ver de perto o que estava acontecendo e o sentimento aqui é muito forte.”
Ao comentar a divulgação oficial sobre os últimos momentos do Papa Francisco — segundo o Vatican News, ele teria feito um gesto de agradecimento ao enfermeiro e não sofreu nos instantes finais — Frei Jorge explicou que o protocolo para anunciar a morte de um papa é tradicional.
“Existe o ato de atestar a morte, chamando o papa pelo nome três vezes. Isso não vem especificamente de Francisco. O que ele fez foi tornar seu rito funerário menos pomposo, com mais simplicidade, coerente com sua vida.”
Para Frei Jorge, a vida e o legado de Francisco foram marcados por uma postura pastoral voltada aos pobres, excluídos e pessoas marginalizadas.
“O Papa Francisco acolheu a todos. Entendia que a dignidade humana não tem sexo, cor ou religião. Ele ensinou que o primeiro gesto do cristão é acolher, mesmo que depois venha o momento de refletir sobre as diferenças.”
Sobre o futuro da Igreja, a expectativa gira em torno do conclave que elegerá o novo papa. Frei Jorge comentou que, embora haja cardeais brasileiros aptos a votar e até mesmo a serem votados, a escolha é algo que transcende especulações humanas.
“Há um ditado que diz: tem muito cardeal que entra papa e sai cardeal. Francisco mesmo não era um nome esperado. Acreditamos que essa é uma escolha do Espírito Santo. Por isso, precisamos rezar muito para acolher aquele que será escolhido.”
O conclave, como explicou, não tem prazo definido para terminar, podendo durar dias ou até semanas.
“Mesmo com poucos candidatos, é necessário alcançar dois terços dos votos. Isso é para garantir a unidade da Igreja, algo que o Papa Francisco sempre destacou.”
Frei Jorge também comentou a possibilidade ventilada de o próximo papa ser negro — como o cardeal ganês Peter Turkson.
“Seria algo muito significativo do ponto de vista político e de representatividade. Nunca tivemos um papa negro. Assim como a eleição de um papa latino foi histórica, um papa negro também seria.”