Diretor e ex-número 2 da Abin prestam depoimento à PF sobre suposta espionagem ilegal
Investigação apura ‘Abin Paralela’ durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e o ex-diretor adjunto do órgão, Alessandro Moretti, prestaram depoimento na quinta-feira (17) à Polícia Federal (PF), em Brasília. A investigação, que corre em segredo de Justiça, apura suspeitas de espionagem ilegal.
Os dirigentes chegaram antes do horário marcado em carros separados. Corrêa deixou a sede da PF pouco antes das 20h, enquanto Moretti saiu mais tarde perto das 23h. Eles foram ouvidos de forma simultânea, mas em salas diferentes. As oitivas foram no âmbito das investigações sobre a atuação paralela da Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os detalhes dos depoimentos não foram divulgados.
O principal alvo da investigação é o uso ilegal da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante a gestão de Bolsonaro. Segundo a PF, policiais e delegados da corporação que estavam cedidos à Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para cumprir ações ilegais de espionagem. Durante a apuração, foi descoberta a realização de uma ação para obter informações sigilosas de autoridades do Paraguai envolvidas nas negociações do contrato de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, operada pelos dois países. O caso foi revelado pelo Portal Uol.
Após a divulgação do monitoramento, o Itamaraty negou qualquer envolvimento do atual governo com a espionagem ao Paraguai. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que a ação de inteligência começou no governo de Bolsonaro e foi tornada sem efeito pela Abin, em março de 2023, após a direção interina do órgão tomar conhecimento do caso.
*Com informações Bahia.ba