O músico e produtor cultural Berlindo Souza Silva, mais conhecido como Bel da Bonita, morreu nesta sexta-feira (18), aos 52 anos, em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia. Ele estava internado após sofrer um infarto na última quarta-feira (16).

Bel era natural de Gavião, no interior da Bahia, mas morava em Feira de Santana. Autodidata, começou a tocar instrumentos ainda na juventude e construiu uma carreira de mais de 35 anos na música, nas artes visuais e no audiovisual.

De acordo com amigos, o artista sofreu um infarto e foi socorrido para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em seguida, foi transferido para o Hospital Dom Pedro, em Feira de Santana.

Bel passou por procedimentos médicos e chegou a reagir bem, mas seu quadro clínico se agravou durante a madrugada desta sexta-feira (18), quando ele não resistiu.

O corpo será velado na tarde desta sexta (18), no Cerimonial Imperial, na rua Barão do Rio Branco, em Feira de Santana. O sepultamento está previsto para acontecer em Gavião, cidade natal do artista.

Mais do que um percussionista, Bel da Bonita também foi um dos principais nomes da cena cultural de Feira de Santana, sempre engajado em fortalecer a identidade artística da região. Além de músico e compositor, ele atuava como produtor, curador, diretor de videoclipes, pesquisador e incentivador de novos talentos.

O músico se tornou uma figura central na cultura da Bahia, estabelecendo conexões com diversos artistas e deixando um legado artístico e afetivo marcante na região.

Amigos e colegas de profissão lamentaram a perda de Bel, considerado uma das figuras mais importantes da cultura feirense. A cantora Márcia Porto, amiga próxima do artista, destacou a dor da despedida.

“Era muito mais do que um percussionista, era compositor, cantor, pesquisador da música raiz, do samba rural, produziu trilhas, curou documentários e fez ponte com muitos artistas. Feira de Santana tá de luto”, lamenta a cantora Marcia Porto.

Trajetória e referência cultural

Nos anos 1990, Bel integrou a “Banda da Paz”, acompanhando artistas como Gilberto Gil, Dominguinhos, Nando Cordel, Geraldo Azevedo e Elba Ramalho em apresentações pelo país.
Em 2006, idealizou e fundou o grupo Africania, que mescla elementos de ritmos afro-brasileiros, nordestinos, afro-jazz, música caribenha e acid rock. A banda lançou sete discos e assinou trilhas sonoras para três filmes.

Durante a pandemia, Bel também se destacou no campo das artes visuais, com a exposição online “Memórias em Lápis de Cor: Casinhas do Sertão”, composta por desenhos inspirados nas lembranças do interior baiano.

A morte do artista gerou grande comoção entre colegas, amigos e admiradores, que seguem prestando homenagens nas redes sociais e espaços culturais da cidade.

Nota de pesar – Grupo Africania

Gente querida. A nossa postagem hoje é extremamente triste, porque o nosso amigo Bel da Bonita, idealizador e fundador do grupo Afriania, foi para o Orun.

Bel da Bonita sofreu um infarto e estava em tratamento no Hospital Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana. Na madrugada de hoje, infelizmente, ele partiu.

Sua presença marcante, sua arte pulsante e sua forma de fazer “Feira com muito amor”, como ele destacava, ficará eternamente em nossas memórias.

*Com informações g1 Bahia