Plástica ocular: estética ou necessidade? Oftalmologista esclarece dúvidas sobre o procedimento
A procura pelos procedimentos, segundo Dra. Natália Leal, geralmente parte de um incômodo estético, mas muitas vezes há também questões funcionais envolvidas.
Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, a médica oftalmologista Dra. Natália Leal, que atua na Clinos – Hospital de Olhos, falou sobre a plástica ocular, especialidade que trata alterações nas pálpebras, cílios, vias lacrimais e na órbita ocular – a estrutura óssea que abriga o olho.
Segundo a especialista, o procedimento mais procurado em consultório é a blefaroplastia, cirurgia que retira o excesso de pele das pálpebras. Mas ela explica que a plástica ocular vai além da estética e envolve uma série de intervenções médicas que visam corrigir problemas funcionais.
“A plástica ocular basicamente envolve toda a região ao redor dos olhos. O carro-chefe é a blefaroplastia, mas também realizamos correções de ptose (pálpebra caída), entrópio e ectrópio (mal posicionamento das pálpebras), triquíase (cílios que nascem voltados para dentro), além de tratar distúrbios das vias lacrimais, como obstruções que causam lacrimejamento intenso”, detalha a médica.
A procura pelos procedimentos, segundo Dra. Natália, geralmente parte de um incômodo estético, mas muitas vezes há também questões funcionais envolvidas.
“A maioria das pessoas procura atendimento por conta da sensação de peso nos olhos, causada pelo excesso de pele, ou uma aparência de cansaço visual. Mas, com os exames adequados, podemos identificar quando essa flacidez compromete o campo de visão, tornando a cirurgia uma necessidade funcional e não apenas estética”, explica.
Quando o excesso de pele interfere na visão, o procedimento pode ser considerado funcional, o que muda até mesmo os critérios para indicação e cobertura por planos de saúde.
A especialista reforça que, em geral, não há contraindicações absolutas para a cirurgia.
“Operamos pacientes de todas as idades, inclusive crianças e idosos. O que avaliamos são as condições de saúde do paciente, com exames pré-operatórios e avaliação cardiológica. É uma cirurgia de baixo risco, feita com sedação leve”, afirma.
O pós-operatório costuma ser simples. “Não há dor, apenas inchaço e hematomas, que são controlados com compressas geladas e medicação. Os pontos são retirados entre 7 e 10 dias, e o paciente pode retornar às atividades leves nesse período. Para exercícios físicos, recomendamos aguardar entre 20 a 30 dias”, orienta Dra. Natália.
Durante a consulta pré-operatória, a médica destaca a importância de alinhar expectativas com a realidade do procedimento.
“Conversamos bastante com o paciente para entender seus anseios e esclarecer quais resultados podem ser alcançados. Isso é fundamental para o sucesso da cirurgia”, conclui.