Especialista explica como a alimentação pode acelerar a cicatrização
A estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne fala sobre a importância da nutrição, suplementação e hidratação no tratamento de feridas e no cuidado com o pé diabético
A cicatrização de feridas é um processo complexo, mas com cuidados adequados e informações corretas, é possível acelerar a recuperação e evitar complicações. Quem explica é a estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne, responsável pela clínica Doutor Curativos, localizada na Avenida Getúlio Vargas, nº 792, Edifício Ícone, 11º andar, sala 1107, em Feira de Santana.
Durante entrevista ao programa Cidade em Pauta, Dra. Áquilla alertou sobre os erros mais comuns no cuidado com feridas, principalmente relacionados à alimentação.
“A cicatrização é como uma construção: se não dermos os materiais certos, não há como levantar a casa. E esses materiais vêm dos alimentos”, destacou.
A especialista enfatizou que as proteínas são indispensáveis para a síntese do colágeno. “Ovo, carnes magras, frango, peixe… tudo isso ajuda na reconstrução do tecido. Muita gente chega no consultório achando que o ovo é vilão. Pelo contrário, é um dos heróis da cicatrização.”
Vitaminas também desempenham papel vital, especialmente a C e a E. “A vitamina C participa da formação do colágeno e está presente em frutas como laranja, morango, kiwi, além dos vegetais folhosos. Já a vitamina E, antioxidante potente, protege nossas células dos radicais livres, ajudando na prevenção do envelhecimento precoce”, explicou Dra. Áquilla.
O zinco, presente em carnes e peixes, também entrou na lista de nutrientes indispensáveis.
Dra. Áquilla relatou que muitos pacientes evitam alimentos por mitos populares. “Essa semana atendi uma paciente que não comia abóbora, limão, laranja, frango, nem ovo. Estava à base de pão, manteiga e biscoito. O resultado? Uma ferida que não cicatrizava. Esses mitos atrapalham mais do que ajudam.”
Segundo Dra. Áquilla, feridas pálidas, que demoram a cicatrizar ou que permanecem inflamadas por muito tempo podem indicar desequilíbrios alimentares. “Muitas vezes o que atrasa a recuperação é algo simples como a má alimentação.”
A suplementação pode ser indicada, mas deve ser avaliada caso a caso. “Idosos com dificuldades para se alimentar, pessoas com feridas graves ou com restrições alimentares podem se beneficiar de suplementos. Mas é essencial que essa decisão seja tomada com um nutricionista.”
Dra. Áquilla também fez um alerta importante sobre a hidratação. “Muita gente bebe pouca água e isso dificulta a cicatrização. O idoso, por exemplo, sente menos sede porque os receptores da sede no cérebro vão perdendo sensibilidade com a idade. Por isso, é importante oferecer água, mesmo que ele diga que não quer.”
E quanto ao consumo de bebidas alcoólicas, o recado foi claro: “O álcool é inflamatório. Para quem está em recuperação de uma cirurgia ou com uma ferida crônica, o ideal é evitar completamente.”