Vereador critica blitz de IPVA em horários de pico
Lulinha expressou sua preocupação com os impactos diretos dessas ações sobre a população trabalhadora
Durante a sessão desta semana na Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador Luiz Augusto de Jesus, conhecido como Lulinha da Gente, voltou a criticar a realização de blitz voltadas exclusivamente para a cobrança do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), especialmente nos horários de maior movimento na cidade.
Em discurso na tribuna, Lulinha expressou sua preocupação com os impactos diretos dessas ações sobre a população trabalhadora, sobretudo os motoristas por aplicativo, que têm sido frequentemente abordados nas principais vias da cidade.
“Recebemos um convite do pessoal da rodagem de aplicativo para uma manifestação que vai acontecer no dia 21 de abril, às 9h da manhã, no final da Fraga Maia. Eles protestam contra essas blitz que estão acontecendo constantemente e que, segundo eles, estão virando perseguição ao trabalhador”, destacou o vereador.
Segundo Lulinha, a fiscalização tem sido concentrada em pontos estratégicos de grande fluxo, como a Avenida Ayrton Senna e a Avenida João Durval.
“Estão lá, com três guinchos prontos para levar carro e moto. E o problema é que muitos trabalhadores não conseguiram pagar o IPVA ou o emplacamento por conta da situação financeira atual. Hoje, o salário não dá nem para alimentação dos filhos, quanto mais para pagar o emplacamento do veículo”, desabafou.
O vereador também criticou a falta de flexibilidade para realização das apreensões.
“Não há flexibilidade. A pessoa atrasa cinco, dez dias, tenta correr atrás do dinheiro, mas quando é parada, o bem é levado para o pátio. Aí tem que pagar guincho, pátio, e fica muito mais difícil recuperar o veículo, que muitas vezes é o único meio de sustento da família.”
Lulinha defendeu a realização de blitz com foco na segurança pública, mas condenou a priorização das ações apenas para verificação do IPVA.
“A gente não é contra blitz. Tem que ter blitz, sim. Mas blitz para fiscalizar a segurança da cidade, nas sedes e nas zonas rurais. O que não pode é só blitz de IPVA. Em outras cidades do interior da Bahia, essa discussão já está avançando, e Feira de Santana precisa fazer o mesmo.”
O vereador concluiu seu discurso cobrando mais equilíbrio nas abordagens e mais sensibilidade do poder público.
“As pessoas não estão andando em veículos roubados. São veículos comprados com sacrifício. Estão apenas com documentos atrasados por dificuldades financeiras. Retirar esse bem do trabalhador é tirar o pão da sua mesa.”
*Com informações do repórter Matheus Gabriel
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